Calma! Não haja precipitações!
Não, não estou a falar da coligação “Mãos à Obra P’la Covilhã” que, em 1989, num processo de ampla abertura unitária liderado pelo PCP, que incluiu o então PRD (Partido Renovador Democrático), o PEV e muitos democratas independentes, concorreu aos órgãos autárquicos do Concelho da Covilhã, tendo obtido quase 30% dos votos e conquistado nove eleitos na AM e sete juntas de freguesia.
Não! Não é desta experiência unitária que vos estou a falar. Do que vos estou a falar é da imperiosa necessidade de, após as eleições autárquicas, “arregaçar as mangas” e “pôr mãos à obra” pela Covilhã.
As eleições foram o que foram e os eleitores, na sua sapiência, disseram que querem que o PS governe com maioria absoluta na Câmara, na Assembleia e na maioria das freguesias. Ora, o que os eleitores também disseram é que para o PS não vai haver desculpas. Ou faz ou não faz. Se fizer ainda bem. Se não fizer ainda mal.
A Covilhã e o seu concelho têm problemas pequenos e obras pequenas, de reduzido custo, que já há doze anos eram urgentes, que não podem continuar à espera. Basta olhar para as freguesias e para a periferia da cidade; para os problemas na limpeza urbana que são extensivos a algumas freguesias; para as questões da mobilidade e do elevado custo e má qualidade dos transportes urbanos, interurbanos e rurais (este é um desafio urgentíssimo que já aí vai estar a partir de 3 de Novembro, pois o orçamento para 2026 deve ser claro e inequívoco); para as questões da habitação, não só na cidade, como erradamente define a carta municipal de habitação; para o alcatroamento de vias (às vezes são apenas entre 100 a 500 metros para chegar a casas isoladas); para a manutenção e criação de novos espaços públicos sejam de lazer, desportivos ou culturais; para a necessidade de mais trabalhadores no chamado sector operário (obras, limpeza, manutenção, e outros) e, já agora para as péssimas e desumanas condições das instalações dos chamados estaleiros da Câmara.
Olhando bem, com olhos de ver, o que aqui está em causa não são grandes investimentos, ou projetos de “encher o olho”. O que aqui está em causa
são investimentos necessários à melhoria da qualidade de vida das populações e à criação de condições de fixação e atração de pessoas para todo o território concelhio, e não apenas para a cidade, contribuindo também assim para travar o definhamento do mundo rural.
É preciso acabar com o tempo do “empurra com a barriga”, do tem razão, mas logo se vê. É tempo de dar respostas. De ter um plano concreto com datas concretas, com prioridades bem definidas e sem a política do engano e do prometo a todos, enganando-os a todos.
Mas é necessário mais!
O concelho da Covilhã precisa de visão estratégica que, infelizmente, a campanha eleitoral não mostrou.
É preciso gerir o presente e projetar o futuro nos planos económicos, sociais, culturais, ambientais e urbanísticos, onde a revisão do PDM se insere.
O caderno de encargos é grande e é exigente e a ele não se responde só com a sabedoria e a omnipresença das maiorias absolutas.
Todos são necessários e a Câmara Municipal e o seu Presidente, Eng.º Hélio Fazendeiro, têm o dever e a obrigação de procurar envolver: todos os eleitos e todas as organizações sociais, empresariais e sindicais; todas as instituições de ensino, desde logo a UBI; todo o movimento associativo em fóruns delineadores de políticas; as instituições de saúde com a ULS da Cova da Beira à cabeça e, neste particular, é preciso repensar a localização da Unidade de Saúde Familiar Estrela; as organizações de defesa do ambiente; e muitas pessoas sem cargos, disponíveis para contribuir com a sua experiência e opinião.
Eu sou otimista por natureza e, até prova em contrário, acredito que o Eng.º Hélio Fazendeiro, Presidente da Câmara eleito, tem a exata noção da empreitada em que se meteu.
Cá por mim só posso desejar um bom trabalho a todos os eleitos na Câmara, na Assembleia Municipal e nas Freguesias.
