Grande Entrevista: Jorge Simões | “Quero que o concelho prospere com trabalho, integridade e transparência
O candidato do PSD, Jorge Simões definiu as prioridades que entende serem necessárias para o concelho da Covilhã
Por Jornal Fórum
Publicado em 08/10/2025 08:25
Entrevista

Porque decidiu candidatar-se à Câmara Municipal da Covilhã? 

Eu candidato-me para devolver a ambição e o respeito pelo dinheiro público, política para mim é serviço. Eu venho numa missão de serviço, de servir com transparência nas decisões, com verdade nas promessas e com compromisso de melhorar a vida das pessoas e de contribuir significativamente para uma melhor Covilhã, para um melhor concelho, em que todos tenham a possibilidade de prosperar com trabalho, com integridade e com transparência. 

 

Que propostas tem o Partido Social-Democrata para a questão da mobilidade e que opinião tem sobre o plano de mobilidade que está em vigor? 

Muito se tem falado no plano de mobilidade e chegamos a uma conclusão, que o principal responsável ou um dos principais responsáveis para além do município e do presidente da Câmara que é quem acaba por assinar os contratos, mas, que o mentor da mobilidade no concelho foi o candidato Hélio Fazendeiro. E sobre mobilidade, já percebemos que foi um mau contrato, que foi um contrato ruinoso. Eu diria mesmo que foi um contrato leonino para a empresa. E isso já não é dito por mim, é assumido pelo próprio candidato, que uma das propostas que tem no seu programa é que vai modificar, vai alterar, vai renegociar todo o contrato da mobilidade. Ou seja, fez um contrato de mobilidade que deixou arrastar ao ponto de no meio ter que fazer quatro contratos adicionais quase no valor de dois milhões e quatrocentos mil euros. Chegamos a um ponto que já não tínhamos contrato com a anterior concessionária e ainda não tínhamos contrato assinado com a nova, estando sujeitos a não ter transportes. E, portanto, isso significa que ele deixou chegarmos a um ponto que, como costumamos dizer, ficámos com as calças na mão. Isso significa que depois perdemos capacidade negocial e perdemos capacidade de ação e temos que assinar um contrato porque é o que temos, porque o anterior já tinha terminado, fizemos mesmo quatro contratos adicionais no valor de dois milhões e quatrocentos mil, e depois tivemos que assinar um contrato para que os covilhanenses não fossem subir as escadas da Câmara. E, portanto, tivemos de assinar um contrato de 10 milhões, que é um contrato ruinoso que não tem servido a população, seja em horários, seja no número de carreiras, seja nas paragens, seja na mobilidade.  

Quando chegar à Câmara, logicamente que vou ter que me sentar com a empresa e vou ter que renegociar e alterarmos carreiras, alterarmos métodos, alterarmos tarifas, alterarmos muita coisa. Este contrato é uma obra do candidato Hélio Fazendeiro e, agora é ele próprio a dizer que o contrato não serve. O que chegamos à conclusão é que foram 12 anos de paragem, de inércia no nosso concelho. O Hélio tem responsabilidades, porque não vamos agora escamotear que foi o Dr. Vítor Pereira. Mas temos cá o Hélio fazendeiro que diz querer uma Covilhã com Futuro, mas que arranca de uma folha branca. Quando queremos futuro, temos de ter passado e temos que perceber qual foi o nosso passado para o emendar e perceber que que futuro queremos.  

Ele não tem a história para contar. Ele tem ele tem 12 anos a acompanhar, pelo menos os últimos oito, o Presidente da Câmara, a ter responsabilidades grandes, seja na execução do município, seja em assuntos importantes como a mobilidade, seja noutros. O Hélio Fazendeiro é o pai também do acordo ou das alterações das luminárias, o Hélio Fazendeiro até devia ser um “expert” nessa área, ele teve uma empresa de energia e temos o problema que temos porque agora chegamos à conclusão que as luminárias têm de ser alteradas e que há um descontentamento em relação à cidade da falta de luz. Portanto, foi posta em causa até a segurança das pessoas em relação à falta de luz, e agora pergunto eu, que contrato fez o Hélio Fazendeiro?  

A Câmara nunca nos apresentou resultados. As luminárias foram mudadas para baixar os consumos, até ao momento, eu não sei qual tem sido o ganho dos consumos na Covilhã. Eu sei é que os ganhos na poupança dos consumos, parte deles é para a empresa. Eu sei que a empresa logo no primeiro ano teve ganhos de 1.500.000 € e as luminárias custaram 750.000€, e que o contrato foi um ajuste direto de 2.500.000€, mas não contente com isso, ainda fez outro contrato de 10 milhões de euros e nunca se apresentaram contas desses contratos.  

Eu considero que foi, outra vez, um mau contrato e que passamos a vida a fazer maus contratos com dinheiro público, que é para ser gasto, mas é para ser utilizado com parcimónia, com respeito pelas pessoas e com critério. E aquilo que eu tenho visto é que o candidato Hélio Fazendeiro está em grande parte dos negócios ruinosos, que têm um entendimento menos bom pelo benefício que dão à população, seja na mobilidade, seja na parte da iluminação que vamos ter que substituir e não sabemos como é que vai acabar. E contas, gostaria até agora e nesta entrevista de fazer um repto, apresentassem-nos contas, quanto é que a Covilhã poupou com a alteração das luminárias, quanto é que a empresa recebe com a poupança da luz e quanto é que recebemos nós e quanto é que nos está a custar.  

 

Como vê a questão do estacionamento à superfície na Covilhã e dos dois silos, um deles encerrado? 

Os contratos promissão para honrar. Eu não sou daqueles que entra e que tudo o que está para trás não existe. Não, entro e tenho que ajustar e melhorar o que está. Portanto, eu tenho que honrar contratos e compromissos assumidos pela Câmara, bons ou maus, apesar de já ter percebido que grande parte deles são maus, mas é a Covilhã que está em causa, são os compromissos que assumiu o município. E temos que honrar a palavra, a palavra não é do Hélio, nem do Vítor, nem do Jorge. É a palavra do município, é a palavra de uma cidade, é a palavra dos covilhanenses. Agora, logicamente que eu vou conversar e tentar arranjar consensos e arranjar soluções. Esse será um princípio, o estacionamento com certeza que poderia haver zonas de estacionamento tarifar, mas temos que olhar para outras, principalmente por causa das pessoas nas habitações, para quem vai para casa. Ter o carro, estar em casa, e além de estar a pagar já custos fixos, ainda estar a olhar para o seu automóvel e estar a pagar o estacionamento.  

Há coisas que têm de ser entendidas, temos um silo alto junto a uma estação ferroviária. Queremos descarbonização e mobilizar o transporte coletivo. É isso que queremos e é isso e é esse o nosso caminho. Eventualmente até seja o transporte urbano, o seja o transporte rodoviário, seja o transporte ferroviário. Então, se o você vive na Covilhã, mas for trabalhar ao Fundão e pensar assim: "Eu levo o meu carro, deixo no silo e vou apanhar o comboio, que é mais barato porque tenho passe ou porque tenho garantias, e contribuo para a descarbonização. Vai num transporte coletivo, poupa dinheiro, que é isso que interessa à vida das pessoas. E quando chega, o que é que o você devia ter? Devia apresentar um bilhete do seu transporte e dizer: "Eu, que andei de transporte não vou pagar o silo. O silo tem que me ficar gratuito, o silo é pago por outras pessoas, mas eu que tive o carro parado 4, 6, 8 horas porque fui ao Fundão e regressei de comboio, o meu silo devia ser de graça. Então vai pagar tanto de estacionamento como teria pago de combustível para ir ao Fundão e vir? Isto não tem sentido.  

Os decisores têm de começar a pensar nas pessoas. A política serve para pôr as pessoas no centro das decisões. E temos de olhar para as pessoas e para as necessidades e ver de que forma é que as podemos ajudar. E às vezes estamos a falar de coisas pequenas. É o que eu digo, isto às vezes é só parar um bocadinho para pensar e ter imaginação e trabalho, que foi aquilo que não existiu nestes últimos 12 anos, não existiu trabalho.  

 

Se for eleito Presidente da Câmara, como pretende encarar o litígio com a Águas da Serra? 

A assessoria jurídica à Câmara já vai em 300.000 €, e que eu lhe posso dizer do que conheci do dossiê, é que a Câmara nunca tentou negociar com as Águas da Serra. A Câmara andou 4 anos a dizer que negociava, mas a correspondência e resume-se a três cartas ou quatro. Era uma por ano. Portanto, quando eu quero negociar com alguém, não envio uma missiva e demoro um ano a responder. Não, eu chamo o responsável, sento-me e com assiduidade necessária para o tipo de assunto, teria que contactar mais com a ADS para melhorar e facilitar a capacidade de negociar e de conversar.  

Portanto, esqueçam a ideia de que a Câmara alguma vez quis negociar. A câmara nunca quis negociar. A Câmara quis arrastar o assunto para partir para o resgate. Não sei qual foi a intenção, mas sei dizer-lhe que eu negociarei com a ADS, desde que haja uma estratégia que seja financeiramente sustentável para o município e que me possam baixar a taxa, de modo a contribuir para uma diminuição da fatura da água. Esse é o meu princípio.  

Por outro lado, tenho a ADC, a empresa de Águas da Covilhã, do qual o município detém 51%, o município detém 30% na ADS e detém 51% na Águas da Covilhã. Junto do privado vou fazer uma auditoria às perdas de água. As perdas de água já estiveram a 36%, estão a 24%, ou seja, perde-se 1L de água por cada quatro ou 1 metro cúbico de água por cada quatro, o valor das perdas de água é significativo. Eu vou ter de denunciar as perdas de águas, ver o valor da fatura e os investimentos necessários a fazer também na rede. Só a partir daí vou devolver, pelo menos semestralmente, aos covilhanenses, o lucro do município dentro da ADC. Esse lucro será distribuído pelas faturas para compensar uma diminuição da fatura da fatura da água. 

 

Na sua opinião, a Covilhã precisa de novas infraestruturas como um pavilhão multiusos, um pavilhão desportivo ou uma piscina? E há condições de financiar esses projetos? 

Sim, temos uma cidade universitária. 

Podemos ter financiamento para isso, felizmente agora, o partido que apoia a minha candidatura está agora no governo. Eu espero conseguir obter os resultados de modo a vir trabalhar para o concelho, para exigir ao governo que me ajude a recuperar estes anos perdidos. 

O desenvolvimento de uma cidade e a qualidade de vida e bem-estar das pessoas não deve pertencer ao privado, é o público que tem de fazer esses investimentos. O que temos visto é, como dizia o vereador Serra dos Reis, que vamos em velocidade de cruzeiros, são milhões, milhões, milhões. Mas falamos só de milhões dos privados. Não há um único euro que o município gaste. Não há uma grua, não há uma única obra nestes anos todos, que o município tivesse feito que honrasse, um legado, que deixasse um legado de trabalho destes 12 anos. Agora, a qualidade de vida das pessoas, o desenvolvimento de vida das pessoas e a qualidade de vida de um concelho mede-se pela capacidade que tem em criar infraestruturas que beneficiem as pessoas, seja na educação, seja na saúde, seja no desporto. Todas essas infraestruturas fazem falta.  

E falemos no rendimento médio, agora ouve-se o Partido Socialista a dizer que o governo não mandou e que não apoia no PRR, etc. E logicamente o governo tem a sua atividade, e tem a obrigação de ajudar as autarquias, mas, a verdade é que com o mesmo governo, temos autarquia onde o rendimento médio das pessoas é de 15.000€, e temos outros abaixo da média como nós. O que é que isso significa? Que o governo é o mesmo, mas que há várias formas de trabalhar o concelho. Houve várias formas de beneficiar e de melhorar a captação de empresas, a captação de emprego qualificado, a captação de pessoas, a qualidade de vida das pessoas. Eu não trago para cá médicos se lhes prometer que lhes dou mais de 500€ para a renda. Acha que isso é possível? Eu trago para cá médicos e pessoas se eu tiver um ensino bom, um ensino diferenciado. É isso que faz a diferença. É escolas onde há ensino diferenciado, onde os pais se sentem acompanhados, é creches, é a saúde, são os transportes, é a mobilidade, é as estradas arranjadas para as pessoas fazerem a sua vida em segurança.  

O complexo de piscinas deveria estar inserido ou pensado entre a rotunda do Intermarché e a ADE, o complexo era para estar junto desta estrada que, depois de urbanizada, ligaria desde a zona da ANIL até à zona do Canhoso, ali à zona da Quinta das Rosas, digamos, à zona da ADE. Portanto, um local privilegiado para apanhar mais população e numa zona central da cidade.  

Fazer um parque da cidade para as pessoas é a minha ambição e diria que é quase uma obrigação. Até já tenho sítios pensado para isso, há sítios para fazer um grande parque, e faz sentido porque é isso que traz vida à cidade, um grande parque verde é um pelourinho grande que temos, onde as pessoas se encontram para praticar desporto, para lazer, para zona de estar, para convívio, para eventos. E dentro disso, podemos pensar outra vez na Feira de São Tiago que não pode ficar onde está, é transitório, mas para esta gente o transitório passou a definitivo. 

Mas não só, tem lá três campos que estão degradados em que a Associação Profissional de Castelo Branco pode de um momento para o outro tirar o futebol, o futebol de formação porque não há campos de treino em condições para os atletas e o Sporting Clube da Covilhã ficar sem futebol de formação. Isto é grave e triste. Isto é grave e triste. O que era para ser o campo principal e ter uma pista de atletismo está no estado em que está. Então digam-me lá, mas para que é que serve ser presidente? Quando nós nos candidatamos a presidente temos uma missão de servir, tem um objetivo e um programa que quer cumprir. E eu penso que a maior satisfação de um presidente é chegar ao fim dos 4 anos e dizer que conseguiu cumprir o programa e que conseguiu melhorar a vida dos cidadãos e o bem-estar, porque a política só serve para isso.  

 

Acha que é preciso mexer no PDM? 

Eu, enquanto vereador da oposição, passei a vida a falar do PDM, até porque pela minha formação profissional, é uma área onde me sinto mais à vontade. O PDM anda há 4 anos para ser aprovado o PDM. Já devia estar na fase de discussão pública desde a reunião final da comissão consultiva que foi anunciada em 6 de junho de 2025 partindo depois para discussão pública, aprovação e para publicação. Mas estamos na mesma, vai haver eleições e o PDM vai ser mais um menino que me vai cair no regaço.  

Tenho ideia de que os nossos perímetros urbanos nas zonas rurais não devem sofrer grande alteração. As necessidades de criar uma aldeia de montanha e do turismo e de melhorarmos as condições das Penhas da Saúde, para passar a ter solos urbanos, negociar isso com o ICNF, com o plano de ordenamento da Serra da Estrela e com as entidades que têm jurisdição sobre o espaço, vou ter que ser eu a negociar, porque o PDM é feito por técnicos, felizmente, porque temos uma boa técnica à frente à frente da equipa do PDM, a engenheira Isabel Matias, que tem feito um bom trabalho, mas é assim, mas a engenheira tem as suas limitações. Telefonar para a CCDR ou para o Presidente da Câmara ou um vereador não é a mesma coisa que telefonar ao chefe de divisão que está a cargo do PDM. Há partes que são técnicas e há partes que são políticas. E quem tem de defender o seu território e as suas opções e melhoramentos faz parte da política.  

O PDM do Fundão aumentou a mancha urbana em 30 ou 40% e nós no Plano de Urbanização da Grande Covilhã diminuímo-la em 30 ou 40%. Há aqui diferenças. Não sei quais foram as motivações, mas a verdade é que o PDM, se não for aprovado até ao final do ano, perde a possibilidade de se candidatar a fundos comunitários, de equipamentos públicos, de cultura, de regeneração urbana e pode-se candidatar com algumas exclusões em algumas áreas, mas há outras áreas que nos ficam vedadas, portanto há recursos aos quais não nos vamos conseguir candidatar e isto é mau. É deixar o dinheiro ficar de fora, quando ele nos faz tanta falta, são fundos importantes em termos de coesão. 

 

No que toca às creches, vê necessidade da construção de creches no Parque Industrial? 

Acho importante essa construção, e acho ainda que são poucas creches. Primeiro, a localização do município é correta, são terrenos municipais, foram feitos projetos, foi com o Partido Socialista que foi lançado a necessidade de aumento de creches, foi com o Partido Socialista que também se criou a universalidade do ensino da creche e da gratuitidade. Mas, a Câmara da Covilhã mais uma vez não executou. Penso que pagou projetos, fez concursos, temos projetos, mas obras não temos. Portanto, há prioridade porque temos uma centena e meia de crianças sem creche. E crianças sem creche significam famílias que não podem procurar emprego porque têm os filhos, ou têm que ir com eles ao colo, ou não podem ir trabalhar se já tiverem trabalho, porque não sabem onde os deixar ou têm custos acrescidos para estar em amas e outras pessoas particulares, às vezes com poucas condições económicas para o fazer.  

Portanto ficaria a creche do Tortosendo, no parque industrial do Tortosendo, creche do parque industrial da Covilhã, há de haver bolinha de neve e abrir uma creche municipal que dê até a possibilidade de prioridade aos funcionários da câmara. Assim como vou criar novamente a cantina social, todas as pessoas desta cidade vão ter pelo menos uma refeição quente por dia.  

 

Que mensagem gostaria de deixar aos covilhanenses? 

A mensagem que quero deixar é que acredito nos covilhanenses, acredito na mudança e acima de tudo gostaria de vencer com uma maioria estável, que me permitisse executar o programa e os compromissos que assumi com os covilhanenses desde o primeiro dia. Porque para mim, governar é serviço e é serviço com metas, com prazos e com a obtenção de resultados.  

Peço a confiança aos covilhanenses para que acreditem em mim, sou uma pessoa com caráter, sou honesto, transparente, correto e vertical na forma de estar na vida. Quando eu digo que tenho a possibilidade de fazer, tenho, acredito nas minhas competências e nas possibilidades de mudar e fazer o melhor pela Covilhã 

 

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