A Juventude Socialista – Federação Distrital de Castelo Branco reuniu-se no passado sábado, 15 de novembro, em Penamacor, e tornou pública a sua posição sobre o Projeto Sophia, um empreendimento energético que abrange os territórios de Idanha-a-Nova, Fundão e Penamacor. A estrutura socialista manifesta oposição ao projeto, atualmente em consulta pública até 20 de novembro, que prevê a instalação de uma grande Central Solar Fotovoltaica e das respetivas Linhas de Muito Alta Tensão, promovidas pela empresa Lightsource BP, com processo de avaliação ambiental submetido pela Coloursflow – Unipessoal Lda.

Na análise apresentada, a Juventude Socialista destaca que a área abrangida pelo projeto inclui centenas de hectares de Reserva Agrícola Nacional, Reserva Ecológica Nacional e Rede Natura 2000, territórios de forte componente rural, florestal, aquífera e de elevado valor turístico. Apesar de reconhecer a importância de centrais de grande escala para a transição energética e redução de emissões, a JS alerta que os dados públicos disponíveis apontam para riscos significativos sobre áreas agroflorestais, ecossistemas sensíveis e espécies protegidas, bem como sobre o ordenamento do território e a identidade dos concelhos envolvidos.

A Juventude Socialista lembra que o projeto Sophia, associado à Central Fotovoltaica da Beira, implica desmatação em larga escala, com o abate de milhares de sobreiros, azinheiras e carvalhais, e prevê a mortalidade direta estimada de cerca de 16 mil aves selvagens protegidas e cinegéticas por colisão com linhas elétricas. Aponta ainda potenciais impactos negativos na envolvente natural e turística das Aldeias Históricas de Monsanto, Idanha-a-Velha e Castelo Novo, da Serra da Gardunha e do Parque Natural do Tejo Internacional.

A posição divulgada cita também uma petição pública de cidadãos e associações que alerta para os impactos de um projeto desta escala no turismo rural e de natureza, na agricultura familiar, na atividade cinegética e no modo de vida local, considerados pilares de uma economia sustentável e identitária para a região.

A Juventude Socialista de Castelo Branco considera urgente que as organizações políticas mobilizem militantes, simpatizantes e comunidade para discutir o projeto e alerta para o “perigo ao desenvolvimento da região”. A estrutura declara-se contra qualquer iniciativa que coloque em causa o património natural e o modo de vida local, apelando à participação em protestos, sessões de esclarecimento e à contribuição para a consulta pública, que decorre até 20 de novembro.