O Município de Penamacor tornou pública a sua posição relativamente ao projeto da Central Solar Fotovoltaica Sophia, emitindo um parecer desfavorável em sede de consulta pública, após analisar os potenciais impactos da instalação no território concelhio e na região. O Executivo Municipal reafirma o compromisso com a transição energética, a aposta em energia verde e um futuro sustentável, mas defende que esta evolução deve ser feita de forma equilibrada e respeitando o ordenamento do território, o ambiente, a biodiversidade e a qualidade de vida das populações.
O município recorda que o concelho tem já em funcionamento a Central Solar Fotovoltaica do Cabeço Vermelho, a hibridização da Central da Senhora da Póvoa em curso e outros três projetos semelhantes previstos para o território. Por esse motivo, considera que o projeto Sophia não pode ser analisado isoladamente, uma vez que os impactos são cumulativos e podem agravar a pressão sobre a paisagem e os ecossistemas locais.
Entre as preocupações expressas, destaca-se o risco de artificialização e degradação da paisagem, numa região com um património natural considerado “invejável” e integrada na Carta Europeia de Turismo Sustentável – Terras do Lince, abrangendo ainda parte da Reserva Natural da Serra da Malcata. O município alerta que a instalação do parque solar pode funcionar como fator inibitório ao desenvolvimento de iniciativas ligadas ao turismo, um setor considerado essencial para a dinâmica económica local.
A decisão resulta de várias reuniões e diligências desenvolvidas com a empresa promotora, autarcas das freguesias abrangidas, movimentos populares, ONG’s, entidades públicas, municípios vizinhos, Juntas de Freguesia, a Direção-Geral de Energia e Geologia e a CIMBB, com o objetivo de garantir transparência e recolher toda a informação relevante sobre o projeto e os seus efeitos.
O Município de Penamacor reforça que não rejeita a transição energética, mas defende que esta deve ser concretizada de forma responsável e equilibrada, preservando o ordenamento do território, o ambiente, a biodiversidade e a identidade paisagística da região, sempre com respeito pela qualidade de vida das populações.