Opinião: Manuela Cerdeira | O Rescaldo das Eleições
Por Jornal Fórum
Publicado em 16/06/2025 00:57 • Atualizado 16/06/2025 16:45
Opinião

Já Platão dizia e bem, que os governantes ideais deveriam ser filósofos, pois só eles alcançam o verdadeiro conhecimento, porque governar com base em opiniões, é sempre perigoso e sobre a Maledicência, ele dizia que ela promove o vício, o descontrole, a desordem e a confusão moral. 

Pois neste rescaldo de eleições Legislativas, chegámos também a esta triste conclusão, de que recorrer a essa desordem e confusão moral, leva à descredibilização total de um Político, que sendo representante daquele que foi um dos maiores partidos fundadores da Democracia no nosso belo Portugal, o tão conhecido Partido Socialista, ao utilizar sistematicamente o mesmo discurso do famoso “Bota Abaixo” levou-o a uma derrota nunca vista. 

Este líder político como é bem sabido de todos, teve um percurso muito atribulado, pois por onde passou, deixou sempre um rasto de problemas acompanhado de situações bem problemáticas e veio a revelar-se, numa das mais fracas lideranças desse famoso Partido Socialista. 

Mas vamos fazer uma pequena viagem sobre a vida política deste líder do PS: 

Iniciou a sua atividade politica entre os anos de 2004 e 2008 como Secretário Geral na Juventude Socialista, no ano de 2005 foi eleito Deputado à Assembleia da República, onde permaneceu de 2015 a 2019 e onde veio a desempenhar as funções de Secretário dos Assuntos Parlamentares e onde teve um papel fundamental na articulação da famosa “geringonça” um dos governos mais radicais que tivemos, que se traduziu na famosa aliança entre os partidos PS, BE, PCP e os Verdes e que vieram a sustentar um governo minoritário de António Costa e finalmente ocupou o cargo de Ministro das Infraestruturas e Habitação, entre os anos de 2019 e 2023 e aqui descortinava-se finalmente a sua incompetência. 

Mas a incompetência estava de armas e bagagens para ficar agarrado ao poder e ao ver uma brecha, eis que este Senhor após uma boa escorregadela de António Costa no ano de 2024, sobe ao poder e pasmem-se, consegue alcançar o título de Secretário Geral do Partido Socialista e nas eleições legislativas desse ano, perde por poucos votos mas perde e tenta adotar  uma nova postura mais moderada, algo que durou pouco tempo, pois novas eleições legislativas são marcadas e a maledicência começa a fazer parte integrante da sua famosa personalidade e que apesar do seu convencimento de vitória, veio desta vez a proporcionar-lhe uma das maiores derrotas e o pior resultado deste partido desde o ano de 1987, o que o leva finalmente a abrir os olhos e a demitir-se. 

Mas aprofundemos um pouco mais as vivências políticas desta figura, sim políticas porque vida empresarial foi algo que nunca teve, é que trabalhar com o dinheiro dos contribuintes, é sempre mais fácil e sempre se pode acumular mais riqueza própria com maior facilidade e menos trabalho: 

Em 2019 quando esta figura era bem visível como Ministro das Infraestruturas e Habitação, a sua mulher era nomeada chefe de gabinete do Secretário Adjunto e dos Assuntos Parlamentares Duarte Cordeiro, mas aqui não se avistava qualquer enredo em teias familiares, algo a que os socialistas sempre foram alheios, neste mesmo ano o senhor Ministro é envolvido em investigações sobre relações familiares dentro do governo e chegou mesmo a ser noticiado pelo Observador, que seu pai e um sócio teriam efetuado negócios com o Estado num valor de 1,16 milhões de euros, mas mais uma vez nada de conflitos nem enredos familiares, tudo protegido e tudo correto e chegamos à TAP o famoso dossier detonador da sua incompetência mor e que foram traduzidos nesses apoios astronómicos de 3.2 mil milhões de euros a esta empresa, um prémio pago de meio milhão a uma funcionária e autorizado por WhatsApp, valores estes que todos andamos ainda a pagar através dos nossos impostos, tudo resultado de decisões desastrosas deste senhor, já para não falar da infeliz compra de cinquenta e uma carruagens à RENFE espanhola, completamente contaminadas e que continham amianto, onde foram aplicados oito milhões de euros, bem as histórias são muitas e todas elas com resultados muito lamentáveis e que provam a olho nu, a falta de preocupação na maneira como se movimentam dinheiros públicos, que no fundo são os impostos de todos nós que estão em causa. 

Mas não podemos deixar de lembrar também essas ajudas de deslocação, que este senhor obteve referente a um subsídio a que os deputados têm direito e que no seu caso, chegaram ao montante de mais ou menos duzentos mil euros, nada mau para quem tem habitação em Lisboa e se diz muito amigo do povo, mas ao mesmo tempo consegue ir ao bolso de todos nós sem dó nem piedade, convenhamos que é um socialismo bem altruísta e solidário.   

Foi a incompetência de Pedro Nuno Santos, que ajudou esse partido de extrema direita a colher votos, foi um feitiço mal calculado e que veio a resultar numa igualdade de assentos parlamentares, entre um extremismo socialista e um extremismo de direita, o que acredito vá criar discussões muito acesas na Assembleia da República.  

O filósofo Inglês Thomas Hobbes do século XVII, dizia-nos que os homens vivem em constante medo e desconfiança no estado de natureza e devido a todos terem direito de tudo, reina a guerra de todos contra a todos o que se deve concluir, que a vida nesse estado seria pobre, brutal e curta e para evitar tudo isso deve ser criado um poder soberano, que imponha regras e ordem, coisa que com este líder imprudente e muito precipitado do PS, seria completamente impossível, pois aqui iriamos ter que aplicar essa famosa frase, popularizada por este filósofo na sua obra “Levitã” uma obra que nos fala sobre a ordem, a paz e a autoridade legítima e que é ela a seguinte: 

“O Homem é o lobo do Homem.” 

Resumindo e concluindo, a AD recebeu uma validação do povo português, para essa famosa moção de confiança derrubada na Assembleia da República, pelos partidos com assento parlamentar e finalmente vai conseguir governar com o seu programa, durante quatro anos e mantendo o seu Não é Não 

De lembrar ainda que esta vitória foi contra tudo e contra todos, pois enfrentou comentadores televisivos que apoiavam claramente o líder Socialista, enfrentou notícias publicadas a todo o vapor no famoso Expresso, contudo a validação do povo à AD foi notória e bem evidente e esperemos que sirva, para que esta coligação possa provar que vem para governar e levar o País para um patamar de desenvolvimento para todos todos todos. 

 

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