Começou o Mundial de Clubes com um novo formato entusiasmante. Mais clubes, mais futebol e, sobretudo, a oportunidade para os clubes além da Europa terem oportunidade de competir com os melhores do mundo.
Mas se a ideia no papel é incrível, na prática torna-se estranho, isto para não dizer que torna mesmo mau.
Os clubes europeus estão no final de época e após jogar uma temporada inteira, na sua grande maioria, os jogadores não tiveram tempo para descansar pois estiveram em estágio com as respetivas seleções. Portanto, o ritmo de jogo tem sido muito lento, mesmo no jogo PSG – Atlético de Madrid, que se esperava ser um grande jogo, os parisienses venceram por 4-0 mas sem dar espetáculo. Não quero ser mal interpretado, o PSG jogou muito melhor que o Atlético mas ambas as equipas pareciam não querer dar toda a sua entrega física ao jogo, havendo alturas em que os jogadores chegavam mesmo a trocar a bola entre si completamente parados em campo.
Depois vamos à atmosfera dos estádios, uma competição desta envergadura, com tantas estrelas do futebol mundial deveria estar repleta de emoções, estádios cheios, uma vibração do futebol envolvente. Nenhuma das anteriores se verificou em nenhum dos jogos disputados até à escrita desta crónica.
Os americanos não gostam de futebol, os que gostam têm uma cultura futebolística muito recente e americanizada e aqueles que gostavam mesmo de futebol nos EUA, os imigrantes, foram na sua maioria deportados. O cenário que se assiste é de plateia de ténis ou snooker, toda gente sentada, algumas palmas envergonhadas, mas nada de grandes emoções. Nada contra este tipo de espetáculo e adepto, mas não é típico do futebol e acaba até por tirar grande parte da “piada” que é ver esta competição.
E daí o título, o Mundial parece mesmo uma simulação, as emoções parecem falsas, os adeptos não vibram com os jogos e os jogadores acabam influenciados por essa falta de emoção. A entrada em campo dos jogadores é feita um a um e os jogadores parecem mais constrangidos do que empolgados pela americanização da competição.
Que seja uma lição dada à FIFA que teve que quase doar bilhetes para tentar encher os estádios, missão que saiu fracassada porque os estádios não têm estado cheios para uma competição que merecia algo muito melhor.