Tanto se dizia que o PSG nunca chegaria lá. Contratando Neymar, Messi, Mbappé, sempre estiveram QUASE lá. Mas o futebol ensinou Nasser Al-Ghanim Khelaifi (Presidente do PSG), não é de estrelas que se compõe uma equipa e não é com vedetas que se ganham competições.
Foi quando o Paris Saint-Germain se livrou das suas estrelas e montou uma equipa unida e concisa que finalmente chegou ao tão desejado título europeu. Muito mérito de Luis Campos, que organizou as contratações de forma mais eficaz e Luis Enrique que desenhou o plano necessário.
Hakimi, Pacho, Marquinhos e Nuno Mendes, a melhor linha defensiva da competição, com os melhores laterais do mundo. Nuno Mendes, que conseguiu manter-se durante a temporada sem lesões, finalmente mostrou ao mundo que é o melhor lateral esquerdo do mundo. Parou Morgan Rogers, parou Salah, parou Saka e contribuiu ofensivamente para todo o jogo dos PSG.
Vitinha e João Neves, acompanhados do espanhol Fabián Ruiz, compuseram também o melhor meio-campo mundial. Arrisco-me aqui, nesta crónica, a dizer que Vitinha é não só o melhor médio do mundo, como o melhor jogador esta temporada. Não tem as estatísticas e contribuições diretas para golo que normalmente são pedidas para um jogador vencedor de uma Ballon D’or mas, a conquista de Rodri no último ano, faz-me acreditar que controlar completamente o ritmo de jogo, organizá-lo e ser o cérebro dentro das 4 linhas de uma equipa, poderá ser o suficiente para que Vitinha seja o próximo português a levantar o prémio máximo individual do futebol.
E depois temos a frente de ataque, Doué faz tudo parecer fácil, com 19 anos joga sem qualquer tipo de pressão numa final de Champions League, na sua época de estreia no PSG. Kvaratskhelia, um jogador de caráter forte, crucial para a criação de jogo do PSG. E, claro, aquele que pode vir a ficar com a Ballon D’or que, para mim, pertence a Vitinha. Estou a falar de Ousmane Dembélé, 33 jogos e 13 assistências em 49 jogos, crucial em todas as etapas da Champions League, da Ligue 1, uma época incomparável.
Por fim, difícil será não falar de Luis Enrique, e não entro pela questão da sua filha, que, falecida há cerca de 1 década, altura em que Enrique venceu a última Champions, deu outra dimensão emocional a esta final. Mas falar de Luis Enrique além do seu “eu” tático, a sua personalidade simples e leve que leva apesar do lugar que ocupa. A forma como transparece a união e o bom trato que tem com o seu grupo deu uma aura diferente a esta plantel francês.
Para aqueles que diziam que o PSG nunca levantaria a orelhuda, aí está ela. Sim, o dinheiro não compra o espírito e raça necessária para vencer a prova milionário, mas acho que até o Paris Saint-Germain aprendeu isso mesmo. E foi quando aprendeu que venceu.
