“Do Fiar ao Trajar”: Seminário de Cultura Popular apresentado para 20 de outubro
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O Rancho Folclórico da Boidobra apresentou no passado dia 26, terça-feira, no Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, um seminário de Cultura Popular com o tema “Do Fiar ao Trajar”. O evento vai ter lugar no Núcleo Museológico da Real Fábrica Veiga no dia 21 de outubro e vai ter entrada gratuita, onde pode assistir a palestras, visitar o museu e o centro de artes do Rancho e ainda um espetáculo etnográfico.
Para Alexandre Pereira, presidente do Rancho, este evento pretende mostrar que a Cultura Popular é muito mais que dançar e cantar e quer também dar a conhecer o trajeto do traje: “Pretendemos com este seminário, mostrar todo o caminho que os trajes percorreram desde a obtenção da matéria-prima até à confeção dos mesmos”.
“Estão enquadrados na parte social, ambiental e económica da primeira metade do século XX”, acrescentou ainda.
Já para Paulo Jerónimo, um dos principais mentores do evento e antigo presidente do Rancho Folclórico da Boidobra, este seminário é um dos objetivos da coletividade, mas serve também para ensinar a população: “A nossa ideia aqui é também desmistificar e ensinar que o folclore é tudo isto [cantar e dançar] e muito mais do que às vezes as pessoas pensam”.
O antigo dirigente confessou que gostaria de ter presentes alguns presidentes de outros grupos, mas admite algumas reservas. Disse ainda que gostaria de ter presentes a comunidade da Universidade da Beira Interior (UBI), assim como toda a população.
A UBI, representada pela Museu dos Lanifícios e consequentemente por Rita Salvado, Diretora, sublinhou que a região é fértil em possibilidades de reflexão sobre a temática da Cultura Popular: “A cultura da nossa cidade, a lã, constrói-se assim, na sobreposição de manifestações de cultura popular ligada às tradições, como os fios, os tecidos e as técnicas têxteis”
“São coisas que convocam o nosso imaginário urbano”, complementou a diretora.
Para Rita Salvado, a cidade, no seu todo, “fala deste saber fazer e desta cultura, mas também da cultura popular livre ligada à cultura de massas pela tradição da comunidade da nossa cidade na fabricação de tecidos.
Margarida Pereira, delegada da INATEL na Covilhã, como representado de um antigo parceiro do Rancho, sublinhou o trabalho desenvolvido ao longo dos anos e confessou orgulho, pelo que a coletividade aprendeu e porque está a colocar as aprendizagens na realização deste seminário: “Fico muito contente que vocês tenham pegado nestes projetos e que tenham aprendido com eles. Tenho muito orgulho”.
Este é um evento apoiado pela Direção Regional da Cultura do Centro, pela INATEL e pelo Município covilhanense e vai integrar as comemorações do dia da Cidade (20 de outubro).