Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Hemorragias Voltar

Classificação das hemorragias quanto á sua localização:

Hemorragia externa

As hemorragias externas podem ser observadas e são de fácil identificação.

Hemorragia interna

As hemorragias internas são de difícil identificação, podendo ser mesmo detetadas somente através de sinais e sintomas.

As hemorragias internas podem ser visíveis ou invisíveis, em que as visíveis são as que se exteriorizam pelos orifícios naturais do corpo (boca, nariz, ouvidos, Etc.).

Estas hemorragias podem ter origem em situação de trauma ou de doença.

Causa de Hemorragias internas em vítima de trauma:

Quando o mecanismo da lesão que possa provocar um impacto forte ao nível do abdómen (rápida aceleração ou desaceleração, compressão, etc.), originando por exemplo lesões, no fígado e baço; Em queda da altura superior à do corpo da vítima; Feridas penetrantes provocadas por armas de fogo ou armas brancas (facas, navalhas, etc.); Lesões torácicas, com suspeita de fratura de costelas; Politraumatizados graves com suspeita de fraturas (por exemplo uma fratura do fémur pode provocar rapidamente um litro de sangue). As hemorragias internas podem ainda ocorrer em situação de doença como por exemplo ema úlcera de estomago. Neste caso existem habitualmente sinais como a saída de sangue escuro pelo vómito ou saída de sangue escuro pelas fezes.

Sinais e sintomas das hemorragias

Em caso de hemorragia poderão aparecer os seguintes sinais e sintomas: Saída evidente de sangue (hemorragias externas e internas); Respiração rápida e superficial; Pulso rápido e fraco; Pele pálida e suada (sudorese); Hipotermia (Temperatura do corpo inferior ao normal); Mau estar geral ou enfraquecimento; Sede; Zumbidos nos ouvidos; Ansiedade e agitação; Inconsciência;

Cuidados de emergência

Hemorragia externa

Em todas as emergências que envolvam Hemorragias devem ser tomadas medidas rápidas e decisivas. O socorrista pode controlar as hemorragias externas utilizando as seguintes técnicas: Pressão direta; Pressão indireta ou à distância; Garrote;

Pode ainda associar a estas técnicas, algumas formas de ajudar a controlar as hemorragias mais rapidamente, como por exemplo, fazendo elevação do membro, aplicações frias e imobilização da zona.

Pressão direta

Esta técnica tem também a designação de compressão manual direta. Esta é a técnica de eleição para 90% das hemorragias externas.

 

Esta técnica nunca pode ser utilizada nas seguintes situações: A hemorragia está associada a uma fratura; No local da hemorragia existirem objetos estranhos (faca, vidro, pau, etc.)

Como efetuar compressão Manual Direta (no local): Comprimir com uma compressa esterilizada sobre o foco da hemorragia; Nunca deve ser retirada a 1ª compressa (esta é responsável pela coagulação); Colocar outras por cima; Pode como recurso utilizar uma ligadura por cima das primeiras duas compressas, para evitar o deslocamento das mesmas provocando nova ativação da hemorragia;

Caso as hemorragias sejam a nível dos membros pode o socorrista associar o método de elevação do membro, com o objetivo de contrariar a rede sanguínea, ajudando a parar a hemorragia.

Nota: Em caso de fratura não deve efetuar este movimento;

Aquando da presença de fratura ou objeto empalado devemos optar pela técnica de compressão manual indireta.

Garrote: Atenção: o uso do garrote deve ser considerado apenas quando as restantes técnicas não sejam eficazes. Esta técnica quando aplicada deve o socorrista expor o membro, uma vez que quando o garrote for aplicado, por segurança, o socorrista deve deixar o membro garrotado bem á vista e marcar a hora da garrotagem. O garrote não deve ser elástico e deve ser sempre de material largo.

Pressão indireta

Esta técnica é efetuada nos pontos de compressão das artérias, devendo a mesma ser efetuada entre o coração e o local da lesão, normalmente é efetuada na raiz dos membros.

 

                                               Fernando Lucas, Comandante dos Bombeiros Voluntários da Covilhã

- 14 out, 2021