Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

"Sei que estou vivo e cresço sobre a terra." Voltar

Olhando para o nosso território todos percebemos a quantidade de campos férteis para múltiplas culturas, sejam ou não endógenas. Na verdade, os recursos humanos enraizados na nossa região têm permitido implementar projetos de valor acrescentado nas mais diversas áreas. Desde o jornalismo até à agricultura, os exemplos são vários e fantásticos e suscitam o orgulho de toda a comunidade.

Olhando para a história do Jornal Fórum da Covilhã percebemos que a vontade irredutivelmente jovial e a resiliência dos seus fundadores e parceiros foram o combustível para que este importante veículo de informação se conseguisse instalar nesta região em relevante crescimento.

Ser, nos dias incertos de hoje, uma fonte de informação séria, plural e credível é, mais do que nunca, uma verdadeira missão, essencial para o território e as suas comunidades. Olhando para a linha editorial percebemos bem qual a voz que a região tem, quais as suas inquietudes e anseios.  E aqui tenho de recordar uma linhas de um editorial, recente, de 14 de outubro “Quanto mais debate e informação houver, melhor para as comunidades e também para a democracia. Informar bem é imperioso, principalmente em época de pandemia.”

Concordando e subscrevendo em absoluto só posso desejar que esse mote se mantenha por muitos e bons editoriais, parabéns Fórum Covilhã!

É em democracia que as emergências – da crise pandémica como das alterações climáticas -podem e devem ser ultrapassadas! Num coletivo informado e mobilizado. Não podemos entender que estas duas questões sejam apenas pertinentes nos meios urbano. Nós por cá, na nossa ruralidade, podemos contribuir de forma significativa nas respostas a estas duas crises.

A par das políticas públicas, dos instrumentos jurídicos internacionais e nacionais, dos planos de combate, é no comportamento individual, em ambas as crises, de mãos dadas com a ciência, que está a resposta para dias mais livres, mais justos e sustentáveis.

É com informação, com disseminação de conhecimento, com sensibilização que podemos almejar o maior envolvimento coletivo. Por melhores que sejam os planos da administração e gestão do território, sem o envolvimento e empenho individual, pura e simplesmente não vamos lá!

Fazer a diferença, pela positiva, é um dever de cada um de nós. Em tudo o que fazemos. Transpondo aquilo que somos, em que acreditamos, tudo aquilo que desejamos, para a nossa ação diária.

Esta semana há efemérides muito importantes a destacar, o aniversário do Jornal do Fórum evidentemente é uma delas. Mas não só. No dia 25 de novembro veremos um lançamento de um projeto muito auspicioso. O seminário final do projeto da rede rural nacional – Cultivar no centro – produzir no campo, vender na cidade – com um mote extraordinário e com um desígnio igualmente extraordinário – “A cultivar relações entre produtores e consumidores”, uma organização da Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco de Agricultores, que saúdo fortemente pela iniciativa!

Vejo no sector da agricultura a disponibilidade para ajudar o país, apesar das enormes dificuldades, tentando suportar e alimentar as famílias. Neste quadro extremamente difícil marcado por grandes incertezas, a Agricultura não parou. Continuou a lutar com todas as forças.  Tanto assim é que as exportações agroalimentares aumentaram 2% nos primeiros sete meses do ano, sendo que as do mês de julho, comparadas com igual mês do ano passado, aumentaram 8,5%, de 571 para 619 milhões de euros.

Nos vários instrumentos disponíveis para preparar o caminho de recuperação, para atenuar as fragilidades e debilidades que nos foram impostas pela COVID 19, temos o Plano Recuperação e Resiliência (PRR), com políticas estruturais que visam a coesão, a resiliência e a competitividade da nossa economia. Se algo podemos dar como certo é que não há economia sem agricultura.

Nesta área o PRR prevê 93 milhões de euros para promover a agenda de investigação e inovação para garantir a sustentabilidade na agricultura, na alimentação e na agroindústria. Ainda na semana passada, no dia 20 de novembro, foi anunciado a abertura de dois avisos do PDR2020 para apoio à instalação de jovens agricultores em territórios de baixa densidade, através de um prémio à primeira instalação e apoio ao respetivo investimento na exploração agrícola com uma dotação de 10 milhões de euros.

Nada mais oportuno nestes dias em que precisamos de subir à montanha e perceber que no nosso horizonte está um território e uma comunidade a semear no mesmo sentido.

Parafraseando e adaptando o grande Eugénio de Andrade, sabemos que estamos vivos e crescemos sobre a terra!

- 24 nov, 2020
- Joana Bento