Teleperformance tenta evitar perder 200 postos de trabalho
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EMPREGO. Vodafone vai diminuir, de forma considerável, a sua atividade no Centro de Contacto da Teleperformance na Covilhã. A empresa de telecomunicações está a desenvolver um processo de reestruturação que aponta no sentido de diminuir muitos postos de trabalho em países como Portugal, Espanha e Itália
Atualmente a Vodafone é o maior cliente do Centro de Contacto da Covilhã, onde emprega cerca de 200 dos 400 trabalhadores daquela estrutura. Uma situação que o presidente da Câmara Municipal da Covilhã lamenta. Ainda assim Vítor Pereira mostra-se convicto de que a Teleperformance vai conseguir atrair para o concelho outras empresas que vão permitir ultrapassar esta situação. “Sei que a Teleperformance tem uma grande capacidade empreendedora e comercial e sei que, devido ao problema da falta de espaço, já perderam infelizmente a oportunidade de ter cá outros clientes com quem pudessem trabalhar”, diz o autarca. “Reconheço que pode ser uma dificuldade o facto de a «Vodafone» deixar de ser cliente da Teleperformance mas acredito que vão surgir alternativas para essa situação que é sempre de lamentar mas que nos ultrapassa a nós. É algo que resulta da reestruturação da «Vodafone» ao qual a câmara da Covilhã e a Teleperformance são alheias. Aquilo que nós queremos é que a empresa possa manter as condições indispensáveis para continuar na Covilhã, expandir-se e alargar a sua área de negócio”, diz.
Mas para que o processo de atração de novas empresas possa ser uma realidade é necessário que as instalações do Centro de Contacto possam ser ampliadas. Recorde-se que a câmara da Covilhã chegou a desenvolver um projeto e a adquirir um espaço contíguo ao edifício do mercado, onde o centro está instalado, para proceder à sua expansão mas Vítor Pereira confessa ter muitas reticências em relação à sua concretização. “Confesso que tenho resistido à tentação de criar um edifício nas imediações do mercado municipal, onde está instalada a Teleperformance que é junto das muralhas da cidade. É uma solução muito pragmática mas muito discutível do ponto de vista urbanístico e estético. O meu desejo era que o espaço que era conhecido como a loja do Zé André pudesse ter uma área ajardinada e um pequeno estacionamento subterrâneo de apoio ao mercado e a outras valências que possam surgir no futuro neste edifício bem como, a manter-se no mesmo espaço a Teleperformance, ser mais um ponto de apoio e não descaracterizar a zona histórica que é algo que devemos combater”, refere Vítor Pereira.
O autarca covilhanense admite que estão a decorrer conversações entre a câmara municipal e a universidade da Beira Interior, no sentido de encontrar uma área alternativa que possa ser utilizada pela Teleperformance como área de expansão do centro de contacto “estamos a trabalhar alternativas em conjunto com a UBI no sentido de encontrar um espaço que, sendo da universidade, possa albergar uma zona de expansão da empresa. Terá de ser um espaço que fique nas proximidades de infraestruturas académicas, como refeitório, onde existam transportes e onde permaneçam estudantes. Seria uma área boa para que a expansão da Teleperformance pudesse surgir. Essa é uma das possibilidades mesmo, «in extremis», se formos confrontados com uma situação em que seja impossível a manutenção da empresa se não se criar essa área de expansão ao lado do mercado, obviamente que não teremos outra alternativa”.
De referir que a Teleperformance está a estabelecer negociações com várias empresas que podem vir a clientes do Centro de Contacto sediado na Covilhã. Caso essas conversações não cheguem a bom porto, a estrutura pode perder cerca de duas centenas de postos de trabalho.
- 26 mar, 2019
- Vítor Aleixo