Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

“Estacionamento pago? Só não há solução para a morte” Voltar

O Presidente da União de Freguesias da Covilhã e Canhoso (UFCC), Carlos Martins, foi à sessão pública do executivo covilhanense da passada sexta-feira, dia 13, questionar acerca do “estacionamento à superfície pago”.

Perante o executivo, o presidente da UFCC não esconde as queixas que tem recebido por parte de “muitos moradores” referindo que a junta é a única alternativa: “As portas da Câmara estão abertas, mas há uma receção e não é tão fácil os munícipes falarem com o senhor presidente e por isso recorrem à junta”.

Atirou também que já tinha alertado que “para se viver na Covilhã é mais caro e que isto é imposto disfarçado, para todos aqueles que vêm à Covilhã” e que “nesta vida, só não há solução para a morte”

Em resposta, Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, diz que “não queremos penalizar ninguém” e que “há aqui uma desinformação”: “Neste caso em concreto, o estacionamento é uma forma de aliviar a pressão onde o estacionamento de pessoas que deixam lá o carro o dia todo e que vão tratar da sua vida causa prejuízo aos outros concidadãos que querem utilizar aquele espaço para ir tratar de assuntos, como médico, advogados, entre outros”.

“Seria injusto que esses nossos concidadãos não pudessem aceder aos serviços porque tinham de ficar muito mais longe para tratar de um assunto que às vezes iriam tratar em minutos”, acrescentou.

O autarca afirmou ainda que as três zonas de estacionamento à superfície taxado “foram estudadas por quem conhece e sabe o que é ordenamento de trânsito no nosso país e foram analisadas as situações”.

Contudo, reconhece a oportunidade da questão tendo em vista a realização de “um mapa grande de cada uma das zonas e ser distribuído porta a porta para que os concidadãos tenham consciência desta realidade”.

“Isto porque fala-se em estacionamento pago e as pessoas pensam que é pago em todo o lado”, complementou ainda.

Disse também ser “razoável” a bolsa de estacionamento disponível, pois “só há mesmo estacionamento taxado onde há pressão das pessoas irem tratar de assuntos”.

“A zona do tribunal, onde está a junta de freguesia, por exemplo, tem identificados 543 lugares disponíveis e apenas 72 são taxados. Na zona 3, da Alameda Europa, há 1 053 lugares disponíveis e só 230 são taxados”, rematou Vítor Pereira.

Rematou ainda dizendo que “há estacionamento taxado em todas as cidades”: “Somos uma cidade cosmopolita, com muita circulação de pessoas e com muita procura de serviços e o estacionamento existe exatamente para isso”.

Para concluir o assunto, o vereador José Miguel Oliveira também comentou que “ninguém gosta de pagar estacionamento”, mas aconselha a “falar com alguns comerciantes”: “Tiver oportunidade de meter conversa com um comerciante e ele disse-me: ‘Abençoado estacionamento pago. Estava a perder clientes, não tinha negócio e agora já consigo ter. As pessoas não conseguiam parar ou só em segunda fila. Há pessoas a utilizar os lugares de garagem dos prédios que antes não utilizavam. No momento, sentimos que estamos numa cidade onde há possibilidades de estacionar’”.

- 19 out, 2023