Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Docentes e educadores de todo o país em greve por melhores condições de trabalho Voltar

Os professores e educadores realizaram, na passada sexta-feira dia 6, uma greve nacional a exigir melhores condições de trabalho, sendo a primeira paralisação no atual ano letivo convocada pela plataforma de nove estruturas sindicais.

Cerca de três semanas após o arranque do ano letivo, docentes e educadores voltam a parar para exigir, por exemplo, a contabilização integral do tempo de serviço congelado (Seis anos, seis meses e 23 dias), entre outras já velhas reivindicações.

“Os professores perdem anualmente milhares de euros por não lhes ser contado integralmente o tempo de serviço que cumpriram”, refere o pré-aviso de greve da plataforma, da qual fazem parte a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e a Federação Nacional de Educação (FNE).

De sublinhar que na segunda-feira, dia 2 de outubro, o primeiro-ministro voltou a rejeitar a hipótese de uma recuperação integral do tempo de serviço dos professores, defendendo que o custo “é insustentável para o país” e que “tem de haver equidade” para todas as carreiras da função pública.

Em resposta às afirmações de António Costa, os líderes sindicais asseguraram que os professores não vão abdicar e que a batalha persistirá. As associações sindicais reiteraram a sua disposição para uma recuperação progressiva e enfatizaram que esta não é a única exigência.

O término das restrições para progressão nos 5.º e 7.º escalões, assim como o fim das quotas de avaliação, são também reivindicações da plataforma, que inclui também o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) e o Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU).

“Os abusos e as ilegalidades nos horários de trabalho arrastam-se e são um dos fatores de profundo desgaste físico, psíquico e psicológico dos docentes”, refere o pré-aviso de greve.

A greve da sexta-feira marcou o fim da Semana Europeia dos Professores e realizou-se após o Dia Mundial do Professor (5 de outubro).

Segundo o SINEPE, estes profissionais vivem desde 2010 “uma desvalorização salarial”, uma vez que as suas “tabelas foram ‘engolidas’ pelo ordenado mínimo nacional, sem que existisse uma reestruturação das carreiras”.

Fenprof, FNE, ASPL, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU são as nove organizações sindicais de docentes da plataforma.

O ano letivo começou com uma semana de greves de professores e pessoal não docente convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P).

- 12 out, 2023