Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Suspeito da morte de Fábio Guerra já se entregou e ficou em prisão preventiva Voltar

Clóvis Abreu, o terceiro suspeito da morte do polícia covilhanense Fábio Guerra, em março do ano passado, ficou em prisão preventiva por decisão do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), no passado dia 19 de setembro, após se entregar no dia anterior (18).

Segundo a informação fornecida à LUSA pela Comarca de Lisboa, Clóvis Abreu foi alvo da medida de coação mais gravosa, uma vez que está “fortemente indicado” por dois crimes de homicídios qualificado, envolvendo outros agentes da PSP que estavam naquela noite com Fábio Guerra, além de outro cidadão.

O juiz de instrução justificou a prisão preventiva com os pressupostos de existir o perigo de continuação da atividade criminosa e “um perigo forte de fuga” por parte do arguido.

No final de março de 2022, Clóvis Abreu chegou também a ser procurado pelas autoridades espanholas, tendo a Polícia Nacional de Espanha emitido nas suas redes sociais um alerta com a fotografia do suspeito e apelando aos cidadãos que partilhassem qualquer informação quer permitisse localizá-lo.

O julgamento deste caso acabou por ser realizado sem Clóvis Abreu, que só se apresentou cerca de um ano e meio depois dos acontecimentos, mesmo que o seu advogado, Aníbal Pinto, tenha declarado, no passado dia 18, que o arguido “nunca esteve fugido, porque nunca foi notificado para ser presente à autoridade judiciária”.

Em declarações às televisões à saída do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, Aníbal Pinto lembrou que Clóvis Abreu se apresentou esta segunda-feira de forma voluntária e que isso deveria significar uma medida de coação aplicada pelo juiz de instrução criminal que não implicasse a privação de liberdade.

Clóvis Cláudio Duval Abreu, de 26 anos, está indiciado por homicídio qualificado em coautoria com Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko, ambos ex-fuzileiros, que, entretanto, foram julgados e condenados a 20 e 17 anos de prisão, respetivamente.

Fábio Guerra, 26 anos, natural da Covilhã, morreu em 21 de março de 2022, no Hospital de São José, em Lisboa, devido a "graves lesões cerebrais" sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome, em Alcântara, quando se encontrava fora de serviço.

- 26 set, 2023