Prejuízos da intempérie em concelhos do distrito da Guarda chegam aos sete milhões de euros
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O presidente da Câmara de Foz Côa reclamou na passada semana apoios para os agricultores compensarem os prejuízos provocados pela intempérie que assolou o concelho este mês, estimando os estragos em várias culturas em 6,8 milhões de euros.
“Passados 15 dias da intempérie precisamos saber quais sãos os prazos para atribuição de compensações por parte do Ministério da Agricultura para fazer face aos estragos provocados, que estão estimados em 6,8 milhões de euros em culturas como a vinha, olival ou amendoal”, disse à Lusa João Paulo Sousa.
De acordo com o autarca social-democrata daquele concelho do distrito da Guarda, cerca de 150 produtores foram afetados, sendo que na vinha, que é principal produção agrícola no território, verificam-se prejuízos em 1.130 hectares.
A estes, disse, somam-se prejuízos no olival, com 165 hectares afetados, e no amendoal, com 175 hectares. “Só na vinha os prejuízos rondam os 5,65 milhões de euros, previsões apenas para o corrente ano agrícola. No olival as perdas são de 394 mil euros e no amendoal de 258 mil euros”, indicou o autarca de Vila Nova de Foz Côa.
De acordo com João Paulo Sousa, não foram contabilizadas estruturas como muros de suporte de terras e socalcos, caminhos e acessos, pavilhões agrícolas e outros equipamentos de apoios às atividades agrícolas e vitivinícolas, nos quais a estimativa dos prejuízos anda na casa do meio milhão de euros.
O autarca acrescentou ainda que os levantamentos foram feitos ao longo das duas últimas semanas e envolveram técnicos do município, juntas de freguesia, adegas cooperativas e da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN).
“Após os levantamentos dos prejuízos, apenas pretendemos que nos seja transmitida uma mensagem de esperança e que nos fosse dito até onde o Governo pode ir em matéria de apoios para fazer face a estes elevados prejuízos”, vincou.
Contactada pelo Lusa, fonte do Ministério da Agricultura avançou que “está a ser feita uma avaliação para perceber quais as medidas que podem ser acionadas”.
João Paulo Sousa disse ainda que passadas duas semanas da intempérie que causou elevados prejuízos em dois terços da área deste concelho, “parece que ficou tudo esquecido”.
“Precisamos de resposta por parte do Governo e que nos transmitam quais são as soluções para minimizar o impacto provocado pela chuva e pelo granizo nas culturas”, exigiu o autarca.
Em 14 de junho, os viticultores de Foz Côa mostraram-se “desolados e desanimados”, depois da intempérie que assolou este território do Douro Superior e que dizimou grande parte da cultura da vinha.
Ao longo das encostas desta região eram visíveis os estragos nas videiras, que, na sua maioria, ficaram completamente destruídas pela força da chuva e do granizo que caiu ao final da tarde do dia 13.