Covilhã: “Herança” e “Sustentabilidade” em foco na Semana Africana
Voltar
Entre os próximos dias 23 e 29 de maio, a Covilhã vai receber a primeira “Semana Africana”, onde os costumes africanos vão estar em destaque. Realçados vão ser os conceitos de “Herança” e “Sustentabilidade” ao longo dos dias, já que serão os temas base das muitas exposições e palestras.
O evento já acontece em Moçambique, mas o município recebeu assim o “desafio” para que se pudesse realizar na Cidade Neve. Henriqueta Macuácua, mestre em Design de Moda na Universidade da Beira Interior foi a responsável por trazer esta semana até à cidade. Regina Gouveia confirmou que foi um desafio “aceite”.
A vereadora, com o pelouro da cultura, em conferência de imprensa, sublinhou a “riqueza de ideias” no programa e realçou a “sustentabilidade, com o cruzamento de diferentes áreas artísticas, com diferentes linguagens e abordagens”.
“Acreditamos que é mesmo um contexto muito especial e privilegiado de contacto e de conhecimento destas culturas que vão estar representadas, devido à transversalidade em termos de representação de países e de áreas culturais e de várias artes que estarão presentes”, atirou.
Destacou também as áreas da “gastronomia, literatura, artesanato, música, artes plásticas, design moda, sustentabilidade, hábitos e costumes africanos” como fatores chave deste evento.
Paulo Serra, vice-reitor da UBI, sublinhou também os três grandes desafios que estes dias colocam à comunidade. São eles “o conhecimento mútuo das culturas, que neste programa é um grande passo em frente”, “o reconhecimento, pois pensar que as diferentes culturas têm o seu valor e qualidade próprios” e a “aceitação da diversidade cultural dos povos”.
Conclui ainda dizendo que algo “que existe numa cultura diferente, até pode ter melhores soluções que as nossas”, principalmente na área da sustentabilidade.
Também presente, Cristina Vieira, professora da UBI que durante muitos anos foi responsável pelo mestrado em estudos lusófobos, considerou esta semana importante para se acabar com alguns estereótipos: “De África muitas vezes chega-nos, até pela comunicação social, a ideia de que só existe fome, guerra, peste e morte e esta semana visa provar que os africanos não são responsáveis por estas realidades”.
A abertura oficial da semana acontece dia 23 de maio, as 18:00 no Edifício Banco de Portugal, local onde acontecerão várias das atividades como exposições, sessões literárias dedicadas a escritores africanos, diálogos sobre design e sustentabilidade e degustação de gastronomia africana.
A Biblioteca Central da UBI, recebe a 1 sessão literária, que terá lugar a 24 de maio.
No programa destaque ainda para um desfile de moda sustentável que terá lugar no dia 24, no Teatro Municipal da Covilhã, a partir das 21:30. Mais que um desfile, pretende mostrar-se o traje, mas também a música, pela EPABI, e a poesia africana, pela voz da professora da UBI, Cristina Vieira, e da ASTA.
O encerramento da semana está marcado para dia 29, as 19:00 no Salão Nobre dos Paços do Concelho, momento em que será feita uma retrospetiva fotográfica da semana, e um elogio à Lusofonia e às culturas africanas de expressão portuguesa pelo escritor covilhanense Manuel da Silva Ramos.
O mote principal, a “lusofonia”, é fundamental no projeto do âmbito da “Covilhã Cidade Criativa da UNESCO”, segundo Regina Gouveia. Na área da Cultura, do Município da Covilhã, este tema está subjacente na FIADA, no Diafragma e começa a ser destacada já nesta Semana Africana.