Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Governo apresenta agenda de 200 milhões para “equilibrar” turismo Voltar

Foi apresentada, no passado dia 9 de maio, no Teatro Municipal da Covilhã, a “Agenda do Turismo para o Interior” pelo Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda.

“É uma oportunidade para transformar o turismo”, afirmou Nuno Fazenda, realçando que se pretende “ter um turismo mais equilibrado em todo o território, o que não significa pôr em causa as bandeiras turísticas do país como Algarve, Lisboa, Porto e Madeira, mas é preciso ter mais turismo no interior”.

Sabendo que 90% da procura turística se centra na faixa litoral do país, a agenda apresentada pretende equilibrar o território, dando um pouco mais de importância ao interior. Com uma dotação global inicial de 200 milhões de euros, as medidas apresentadas pretendem que o turismo, no país, “cresça melhor, ou seja, cresça em valor, com autenticidade e em todo o país”, detalhou.

Trata-se, então, de um conjunto de medidas para “impulsionar, diferenciar e para concretizar”, detalhou o secretário.

“Temos um propósito de três áreas, em primeiro lugar queremos impulsionar o efeito catalisador do turismo, o seu efeito multiplicador, ver o turismo mais além. O turismo é construção, cultura, é agroalimentar, é um dinamizador das economias locais e pode ser impulsionador da economia do interior”, disse, avançando ainda que esta agenda tem, também, o propósito de “diferenciar, reforçando-se as medidas de diferenciação positiva para o turismo no interior”, e, em terceiro, destaca que é “uma agenda para concretizar. Concretizar projetos e medidas, uma agenda para agir”, disse

A grande ambição, vincou o governante, é “tornar o turismo no Interior um fator de desenvolvimento e coesão”, definindo 5 prioridades para atingir esta meta: Valorizar, Investir, Qualificar, Conectar e Projetar.

Em primeiro lugar valorizar o território, preservando e potenciando os recursos naturais, históricos e culturais “porque sem eles não há turismo”.

Em segundo investir nas empresas, “reforçar a competitividade e internacionalizar as empresas do setor”. De seguida destaca que é preciso qualificar os recursos humanos.

Conectar territórios e o digital, é “um eixo que não decorre da agenda do turismo, mas pretende-se promover a mobilidade ferroviária e rodoviária”, bem como a conetividade digital com reforço das redes. 

A última prioridade deste conjunto é “projetar mais o interior, aumentar a sua notoriedade, a das empresas, dos recursos e gerar negócios”, vincou.

Para cada prioridade são criadas diferentes linhas de apoio e medidas de incentivo, nomeadamente, a Linha +Interior Turismo – Território, que visa reforçar a atratividade turística, com uma dotação de 20 milhões de euros.

A Linha Investir Empresas, com diferentes sistemas de incentivo à Inovação Produtiva, apoiada pelo PT 2030.

Ainda para as empresas serão criadas duas linhas de microcréditos para apoiar a criação, crescimento e expansão de empresas, apoio à sua internacionalização e para promover a sustentabilidade com uma dotação de 15 milhões de euros, cada uma e uma linha de crédito com garantia mútua, com uma dotação de 35 milhões de euros. 

Ainda para as empresas, haverá uma linha para apoio à qualificação da oferta, com 50 milhões de euros.

Serão ainda criados fundos de capitalização (com 10 milhões de euros) e fundos de investimento imobiliário com 15 milhões de euros.

A Linha Internacionalizar, prevê apoio às marcas e às empresas e tem uma dotação de 5 milhões e a linha de apoio à sustentabilidade ambiental tem 20 milhões de euros.

A abertura de candidaturas deve estar pronta em junho.

Na área dos recursos humanos o Secretário de Estado destaca a agenda para as profissões do turismo e a majoração das linhas regressar ao interior que serão majoradas para quem regressa ao território e invista no setor do turismo.

O enfoque estará também em campanhas publicitárias, com apelo emocional, destacando a ligação afetiva a cada lugar, e territorial destacando as belezas e recursos naturais ímpares desta faixa do país.

A internacionalização também não será esquecida, apostando em campanhas internacionais nos media e nas redes sociais.

Em conclusão Nuno Fazenda frisa que se pretende “tornar o interior um fator de inspiração e transformação do turismo”.

Falando para uma plateia com vários empresários, o Secretário de Estado frisa que a “estratégia só terá sucesso se todos trabalharem em conjunto”.

No final, aos jornalistas, o Ministro da Economia, António Costa e Silva, frisa que esta agenda resulta da visão do ministério de “transformar o turismo numa grande alavanca do interior, para puxar todos os outros setores”

“O turismo é transversal, é capilar, arrasta os transportes, a cultura, o ambiente, todo um conjunto conexo à sua volta e nós queremos que crie cada vez mais riqueza, sobretudo no interior”, disse

O Ministro frisa que o objetivo é “descentralizar o crescimento do país”, não se trata de pôr o litoral contra o interior, mas sim para criar sinergias, sublinhou.

- 17 mai, 2023