Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

E se ouvíssemos mais a voz do Povo? Voltar

Vivemos numa era em que as redes sociais e as televisões criam mitos e situações que na realidade não são assim tão verdadeiras. Vivemos na era do empolamento, onde muitos aparecem com publicações e comentários para se fazerem notar na sociedade, muitas das vezes não sabem do que estão a falar, nem percebem nada daquilo que estão a dizer ou a opinar, mas fica tão bem aquele post, aquele comentário, aquela observação.

Ou seja, vivemos numa época em que a banalização dos assuntos é evidente e onde nem tudo o que parece é.

Somos daqueles que defendemos que quando as coisas se fazem é para se fazerem para dignificar as instituições, as pessoas, a classe ou classes, e não de um fazer por fazer, para a fotografia, sem planeamento, sem ideias, com um total vazio que é empolado nas tais redes sociais.

E aqui vem a comunicação. E aqui vêm as televisões, os jornais, as rádios que devem ter um papel ativo no combate à banalização. Outro dia um amigo disse-me numa curta conversa: “hoje em dia toda a gente é jornalista”. Ou seja, toda a gente quer fazer notícias, toda a gente quer opinar, mesmo muitas das vezes sem saber do que se está a falar.

Mas depois onde menos esperamos está o reverso da medalha. Falo do Povo Caros Leitores, daqueles que na maioria das vezes não têm redes sociais, mas têm a escola da vida, aquele Povo que por vezes menosprezamos, a tal maioria silenciosa, mas que fala tão bem, observa tão bem, e dá as suas opiniões tão bem. São esses que nos orgulham, são esses que têm um sentimento de pertença sobre o que é importante, e são esses que têm uma capacidade de discernimento incrível. Porque são puros, porque são sinceros, porque dizem o que pensam, sem ter que agradar a ninguém. São esses a voz soberana, da grande massa que ao falar pouco por vezes é a voz que mais se ouve. Aquela que não precisa de se afirmar nas redes sociais, para a montra, para o espelho dos outros.

Fiquemos atentos e vigilantes…

- 16 mar, 2023