Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 582

Dr. Júlio Anahory de Quental Calheiros Voltar

Dr. Júlio Anahory de Quental Calheiros (Conde da Covilhã) nasceu na aldeia de Avô (Concelho de Oliveira do Hospital) a 19 de novembro de 1899. O seu pai foi o 2º Conde da Covilhã (José Mendes Veiga do Quental Albuquerque Calheiros) e, após o seu falecimento, herdou o título de 3º Conde da Covilhã. Casou com a condessa D. Maria Emília Borges, com a qual teve dois filhos. Licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tornando-se um homem de grandes negócios, tais como: banqueiro (foi durante 30 anos presidente do conselho de administração do Banco Borges & irmão) e industrial, sendo fundador da empresa de pneus Mabor General (cuja siglas surgiram do nome da sua esposa – MA Maria BOR Borges), que ocupava um lugar destacado na indústria europeia de pneus e câmaras-de-ar e que muito beneficiou a economia nacional. Fundou também a Indústria Têxtil do Ave, no turismo a empresa Termas de Monfortinho, e na construção a empresa “ICESA” Indústria de Construção e Empreendimentos, pioneira em Portugal na resolução do problema habitacional, sendo responsável entre outras pelo conjunto urbano de Santo António dos Cavaleiros. No ramo dos seguros fundou a Companhia de Seguros Atlas e nos vinhos a Sociedade dos Vinhos Borges. Fez um forte investimento nas colónias portuguesas como Angola e Moçambique, com a criação do Banco de Crédito Comercial & Industrial e a Mabor Angolana. No Brasil realizou investimento na indústria de construção naval e na fundação do Banco Borges & Irmão no Rio de Janeiro. Apesar da sua residência ser na cidade do Porto, ocupou vários cargos nos órgãos sociais do Sporting Clube da Covilhã: nas épocas de 1961/1964 toma posse como presidente do Conselho fiscal, em que o presidente da Direção era o seu irmão, Dr. José Calheiros; e de 1965/1967 assume a presidência da direção do Sporting Clube da Covilhã. O Senhor Conde da Covilhã foi um grande obreiro do Sporting Clube da Covilhã, principalmente pelo seu apoio financeiro e dedicação ao clube. Foi uma personalidade de forte temperamento, de espírito multifacetado e invulgar capacidade de iniciativa, sendo agraciado com várias condecorações, entre as quais a de Comendador da Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial e a de Cavaleiro da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul do Brasil. Foi Presidente da Casa da Covilhã em Lisboa em 1957 e 1960 e Presidente da Assembleia Geral do Clube União em 1969. Foi vice-presidente do Automóvel Clube de Portugal e era um entusiasta do automobilismo, chegando a criar “Scuderia” para participar em Rally em 1952 no circuito de Vila do Conde, onde foram novidades a presença de dois novos 225 S Spider Vignale, em que os dois carros foram importados sob a tutela do Conde da Covilhã e foram pilotados pelos dois maiores pilotos nacionais da altura (Vasco Sameiro e Casimiro de Oliveira).

- 29 jul, 2022