Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

O sucesso do Centro de Emprego da Covilhã Voltar

Os números não mentem, nos últimos 12 meses a Covilhã reduziu de 2014 para 1439 o número de desempregados. Um resultado absolutamente extraordinário e único. São menos 575 desempregados num período de terrível pandemia. No mesmo período Castelo Branco reduziu em 46 e o Fundão em 125 o número de desempregados.

Distraídos com as subidas do preço da gasolina, com os problemas do orçamento, com a fuga de banqueiros à justiça, entre tantos outros assuntos “quentes”, esquecemo-nos de olhar com atenção para o que se passa ao nosso lado. E é tão importante olhar para o que de bom se passa no nosso território. Só assim conseguimos contagiar outros a juntarem-se a nós aqui.

Já todos tínhamos notado a dinâmica da iniciativa privada que aqui investe, quer na construção civil como também no domínio empresarial, seja ele dos serviços, da indústria ou da agricultura. E tínhamos concluído que a Covilhã estava na moda. Em boa verdade podemos dizer que toda a Cova da Beira está na moda, pois o Fundão e Belmonte também sentem este efeito de tração positiva que se espraia por todo o vale da Cova da Beira.

A dinâmica da redução do desemprego é algo de que ainda não tínhamos tomado consciência, pois é mais difícil de detetar por observação direta. Não são estruturas, gruas, ou empresas que se vejam ao longe. São pessoas anónimas que laboriosamente tecem a economia de um território em crescimento. Mas as estatísticas são claras, estamos a falar de taxas de redução de desemprego para a Covilhã de 28%, no último ano. Um número impressionante que permite antever coisas ainda melhores.

Com a diminuição da taxa de desemprego é natural que as empresas necessitem de trabalhadores que terão de ir buscar a outros locais do país, e talvez até a outros países. E isto é extremamente positivo, pois só a migração pode colmatar o inverno demográfico em que nos deixámos enrolar nas últimas décadas. Em boa verdade todos os dias conhecemos pessoas que deixaram Lisboa e vieram trabalhar para empresas que aqui se estão a instalar. A extraordinária redução da taxa de desemprego é apenas o corolário desses efeitos mais dispersos, e que ocorrem de forma discreta, mas eficaz.

Estes resultados não nos devem deixar ficar parados, refastelados na satisfação, antes pelo contrário. São resultados que projetam esperança e auguram um futuro promissor para todo o território da Cova da Beira. Este vale do futuro, uma verdadeira área metropolitana da Cova da Beira, que vive hoje em conjunto numa simbiose de serviços e empregos. Simbiose que aumenta a qualidade de vida de todos os que para ele se sentem atraídos.

É, por isso, muito importante reconhecer o trabalho extraordinário do Centro de Emprego da Covilhã. Uma entidade que de forma discreta, mas persistente, tem vindo a cumprir a sua missão de forma exemplar para benefício de todos os que são por ele abrangidos. Estas entidades são feitas de pessoas. E todas as funcionárias do IEFP-Covilhã, sem exceção, estão de parabéns por este resultado magnífico. Sem a sua dedicação, e abnegação, em prol da comunidade que servem nada disto seria possível.

Para os incomodados da vida, vulgarmente chamados de ambiciosos, as vitórias constituem um estímulo para colocar a fasquia ainda mais alta. E é isso mesmo que solicitamos ao IEFP da Covilhã, que ambicione a missão de ser um permanente atractor de trabalhadores, de outros pontos do país, para a Covilhã. Já sabemos que o faz, mas é importante dar visibilidade a esses sucessos. Quem é que não gosta de viver numa cidade que está na moda e que é uma terra de sucesso. Assim como o dinheiro puxa o dinheiro, a moda puxa a moda, e o sucesso atrai o sucesso.

Para uma cidade que acabou de comemorar 151 anos esta redução bruta do número de desempregados é a melhor prenda que poderia ter. Quem é que não gosta de viver numa terra de sucesso?

 

José Páscoa, Professor Universitário

- 16 nov, 2021