Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Cinco Vilas Medievais do Sabugal, uma viagem ao passado para enriquecer o presente Voltar

ALFAIATES

Com nome de origem árabe, esta atual freguesia do concelho tornou-se território português, em 1297, e foi uma fortificação muito importante para defender a região durante a Guerra da Restauração e também durante a 3ª Invasão Francesa, tendo sido palco de muitas guerras e batalhas duras e importantes. Já não são muitas as muralhas que ainda sobram, já que muitas dessas pedras foram sendo utilizadas nas casas que surgiram com o crescimento progressivo da povoação. Ainda assim, existem ainda muitos elementos para visitar e mais ainda a ser criados e dinamizados para melhorar a visitação destes espaços. Pode ainda hoje visitar o castelo e as suas torres, sendo que na torre de menagem surgirá, em breve, um miradouro que permitirá ver de forma panorâmica toda a zona envolvente e trazer uma nova magia aquele local e ter a sensação de visibilidade que se teria noutros tempos para analisar, estrategicamente, possíveis ataques.

 

SABUGAL

Cidade e sede de concelho, não há ninguém que fique indiferente ao seu castelo de cinco quinas, edificação atribuída a D. Dinis. Apesar de se saber que existiu ocupação humana desde muito cedo, os primeiros elementos que surgem são relativos à Idade Média e após a Reconquista Cristã, tendo conseguido foral nos finais do século XII pela mão de D. Afonso IX de Leão. O castelo foi reforçado por D. Dinis para conseguir defender as terras da margem direita do Côa, altura em que criou a imponente torre de menagem pentagonal, as tais cinco quinas bem visíveis ainda hoje. Ainda é possível visitar parte da sua muralha e várias casas e edifícios que mantêm os traços originais. Igrejas, solares, pelourinhos, largos. O património é vastíssimo e para conhecer em pormenor convém que vá com tempo e com roupa confortável para andar bastante.

 

 

 

 

 

SORTELHA

Sortelha é uma das vilas medievais mais procuradas, principalmente por também fazer parte das Aldeias Históricas Portuguesas, o que atrai ainda mais turistas e que tem suscitado um trabalho muito forte de renovação e recuperação, mantendo sempre a sua identidade de vila manuelina portuguesa. Ainda hoje se mantêm quase intactas várias casas típicas, assim como a igreja matriz, o castelo, o pelourinho, o forno, a antiga casa da Câmara, o tribunal e a prisão. Subindo até ao cimo da povoação, temos ainda uma vista impressionante vista sobre toda a região, muito difícil de encontrar em qualquer outro lugar. A aldeia é ainda palco, todos os anos (excetuando a situação pandémica atual), de uma impressionante feira medieval, intitulada «Muralhas com História» e que atrai pessoas de todos os cantos do país e mesmo de fora. Uma verdadeira viagem ao passado e ao quotidiano medieval com momentos de recriação histórica por toda a aldeia, produtos típicos e tantas experiências para descobrir e vivenciar.

 

VILA DO TOURO

Fundada no século XIII, pertenceu aos Templários e à Ordem de Cristo. O seu castelo é também ele muito interessante, até pelo facto de estar inacabado, e contém vestígios de presença proto-histórica. Existem também por várias ruas elementos manuelinos e vários tabuleiros de jogo que nos dão a conhecer como passavam os seus tempos de lazer os habitantes medievais. Da sua muralha sobra hoje em dia muito pouco. Outro ponto de interesse é a Capela da Nossa Senhora do Mercado, com um alpendre muito interessante e bem perto da entrada do castelo, embora este não seja o único elemento religioso a visitar na Vila do Touro, que também tem a sua Igreja Matriz, assim como as capelas de São Sebastião e de São Gens, onde ainda podemos encontrar antigas eiras como as cruzes do antigo Calvário.

 

VILAR MAIOR

Fundada no século XII, tem ainda muita simbologia e elementos do controlo espanhol, sendo que podemos ver e passear tudo num pequeno passeio a pé. O facto de manter o remanescente do seu castelo em muito bom estado, elevado e de onde conseguimos ver toda a aldeia, dá ao local uma magia muito especial. Subsiste uma torre, assim como parte da muralha, uma cisterna, alguns arcos e escadaria para chegar ao seu topo. Tem ainda um museu, desde 2016, onde pode conhecer mais da história da aldeia, outrora sede de concelho. Elementos de arqueologia, arte sacra, livros antigos, entre outros, compõem um espólio muito interessante e digno de visita. Na base do museu encontra-se uma gravura rupestre que embora abstrata tem todo um peso histórico e de antiguidade que a suporta e a torna muito especial.

- 23 ago, 2021