Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

À Conversa Com... António Augusto, músico fundanense que se rendeu ao mundo da pintura Voltar

António Augusto é um jovem fundanense, licenciado em trompete pela Universidade do Minho. Embora ainda continue ligado à música, a pintura surgiu entretanto e tem-lhe ocupado também muito tempo e dedicação. O feedback tem sido muito positivo

 

Fala-me sobre o teu percurso académico e como surgiu a música na tua vida.

A música surgiu muito cedo, tinha sete anos e quis ir para a banda, onde o meu avô também andou. Algo na “brincadeira” que virou um caso sério. O tempo foi passando e eu fui ganhando o gosto e progredindo na carreira académica e hoje sou licenciado pela Universidade do Minho em trompete. Mesmo não tendo conseguido entrar no mestrado e dar seguimento à licenciatura decidi mudar de ares e dedicar-me ao Jazz, que cada vez mais me desperta interesse.

Atualmente encontras-te ligado a algum projeto musical?

Atualmente estou ligado aos Beira Brass Band, à Sociedade Filarmónica Silvarense, à Orquestra Municipal do Fundão e recentemente comecei a dar aulas em Braga.

Entretanto, a arte e a pintura surgiram agora também. Foi algo inesperado ou sempre foi um gosto teu?

Sempre tive um jeitinho especial, era aquele miúdo que guardava todas as caixas, cartões e tudo o que pudesse ter utilidade para fazer alguma coisa. Mas com a música, fui ficando sem tempo e acabei por parar com a arte (trabalhos manuais). A Pintura voltou a entrar na minha vida como escape à depressão, neste último confinamento, e ajudou-me imenso pois quando pinto estou no meu mundo, esqueço os problemas, e ponho na tela tudo o que sinto, tenho liberdade de dizer, desenhando, o que sinto sem ter que falar efetivamente.

Como tem sido o interesse das pessoas relativamente ao teu trabalho? Qual tem sido o feedback de quem já adquiriu trabalhos teus?

Pintei uma tela para mim, depois pediram-me outra tela, e mais uma e mais uma, quando fui a ver, tive duas semanas, durante o último confinamento em que pintava todos os dias, o que para mim foi espetacular, senti-me útil, preenchido! Os trabalhos continuam a aparecer, até hoje, por isso acho que as pessoas têm gostado da minha visão artística, se bem que fico sempre receoso de não agradar o “cliente”.

Quais são os teus projetos/sonhos para o futuro em ambas as áreas?    

Futuramente gostava muito de fazer uma exposição de arte, dedicar-me mais ao estudo do Jazz. Quero muito também gravar um CD, mostrar quem sou ao mundo. Eu acho que sou um pouco fora de série, no sentido das ideias, sinto que tenho um cérebro hiperativo, por assim dizer, e quero muito mostrar ao mundo quem é realmente o António e o que se passa na minha cabeça diariamente, expressando-me na música e na pintura!

Além disso, sei que tens um grupo de humor no Facebook, onde partilhas esse gosto com outras pessoas com o mesmo interesse. É o humor um bom escape para a realidade e para os problemas do dia-a-dia? Conta-me mais deste teu hobbie.

O «Ememeisto» surgiu numa festa da banda em que eu e mais dois amigos fazíamos memes a brincar uns com os outros, e do nada surgiu a ideia e criamos a página. É divertido perder 5 minutos do dia a ver coisas que ninguém se lembra! Rir faz parte da vida, eu gosto de me rir, faz-me sentir bem e há dias em que é o que é necessário para esquecer coisas menos boas e atrair para mim energias positivas!

 

PERFIL:

A ideia de que a arte é gratuita. Sim, nunca ou depende?

Depende, porque há quem viva só da arte

Humor com ou sem limites?

Com limites

Espetáculos de sala cheia ou mais intimistas?

Sala cheia

Um livro – Diário de um Banana

Um filme – «Gran Torino»  de Clint Eastwood

Um prato – lasanha

Uma inspiração – A minha avó

Uma música –  «Cristo Redentor» de Donald Byrd

- 26 mai, 2021
- Fernando Gil Teixeira