Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Brasões da Covilhã: Brasão de D. Fernando de Castro Voltar

Forma:

Escudo com as armas plenas dos Castro (ramo de D. Fernando Rodrigues de Castro)

Localização

Igreja de Nossa Senhora da Conceição

40.28598, -7.504425

Data da representação escultórica:

1ª metade do século XVI

 

Este brasão encontra-se numa das capelas que as filhas de D. Rodrigo de Castro, D. Joana e D. Isabel mandaram construir na igreja do Convento de São Francisco, para panteão da sua família. D. Rodrigo de Castro era alcaide-mor da Covilhã e um dos mais influentes fidalgos do reino. Contudo, contrariamente ao que acontece na outra Capela mandada construir por D. Joana, aqui D. Isabel optou por não ostentar o seu brasão ou o dos seus antepassados, mas o do marido D. Fernando de Castro. Ainda que a família Castro tenha uma mesma proveniência existem dois ramos distintos, com diferentes armas. Enquanto os ascendentes e descendentes de D. Rodrigo utilizam como armas, seis arruelas de prata, em campo azul, os descendentes de D. Fernando Rodrigues de Castro, a que pertencia D. Fernando de Castro, usam treze arruelas azuis em campo de ouro. É este último brasão que encontramos sobre os arcossólios de D. Fernando e de seu filho Diogo e também no fecho da abóbada.

  1. Fernando era filho de Diogo de Castro e de D. Isabel de Berredo. Foi cavaleiro do conselho del rei D. Manuel, alcaide-mor do Sabugal e Alfaiates e senhor das terras de Santa Cruz de Ribatâmega, Lanhoso, Cinfães e Resende. Fez um acordo pré-nupcial, para ao casar com D. Isabel de Castro, vir a herdar a Alcaidaria mor da Covilhã, ser detentor das respetivas rendas e de uma tença anexa, relativa à Judiaria. D. Fernando acabaria por morrer heroicamente em Arzila e a alcaidaria da Covilhã seria entregue a sua mulher que assim se torna alcaidessa e, mais tarde, a seu filho Diogo.

O Corpo de D. Fernando, resgatado pelo Conde de Borba, foi sepultado na igreja de S. Bartolomeu da Covilhã e só posteriormente trasladado para a referida capela onde se encontra. D. Isabel doou ao convento de S. Francisco parte de uma tença, no valor de 16.000 réis, para manutenção espiritual da Capela, mais tarde D. Filipa de Ataíde, sua nora, renunciava a qualquer direito na referida tença, com a condição que os frades assegurassem igualmente a manutenção física da capela.

- 04 mai, 2021
- Carlos Madaleno