Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

“A ideia é facilitar o acesso às artes” Voltar

ASSOCIATIVISMO. A AJORF foi criada por um grupo de jovens que se conheceu na Universidade da Beira Interior. A dar os primeiros passos, entrevistámos Pedro Ribeiro, presidente desta Associação Cultural e Artística, que nos falou sobre o objetivo de dinamizar atividades artísticas e projetos futuros

Helena Esteves

 

Jornal Fórum Covilhã (JFC) - Como é que surgiu a associação?

Pedro Ribeiro (PR) - A ideia surgiu com um grupo de amigos com ânsias criativas seja na moda, música, multimédia, ao mesmo tempo que existia uma frustração ao estar na Covilhã e termos um acesso limitado às artes. Pensámos que um estúdio é importante na medida em que gostávamos que existisse um espaço para as pessoas puderem pintar, criar e desenvolver capacidades artísticas. Já tínhamos organizado uma passagem de ano, realizada no Oriental de São Martinho, o que fez com que muito dos nossos amigos ficassem a conhecer o que tínhamos realizado e acreditassem que era possível dinamizar eventos e juntaram-se a nós para seguirmos com a ideia de criar uma associação.

 

JFC - Com que objetivo foi criada?

PR - O objetivo foi investir e realizar atividades na área das artes. A minha ideia inicial sempre foi criar um estúdio de música porque é a área que tem mais impacto para mim. Depois, outras pessoas foram juntando-se ao grupo e temos agora no Plano de Atividades oito projetos que não pensava serem realizáveis tão depressa. Está incluído no plano o estúdio de música, o atelier de vestuário, temos também um projeto em parceria com uma livraria em Lisboa que esperemos que aconteça porque nos vai fornecer algum stock para criarmos um espaço de leitura, com possível venda. Para já, o nosso foco principal está em abrir o estúdio de música e o atelier de vestuário. Relativamente ao estúdio, precisamos de remodelar o espaço que adquirimos e em termos de material também já temos bastante, já está tudo orçamento e projetado, só falta começar a construção que será já nas próximas semanas. Inicialmente vamos ter instrumentos como a guitarra, baixo, saxofone, bateria, teclados e material eletrónico. Quanto ao atelier, só falta realizarmos alguns ajustes, mas temos já um projeto de reciclagem de roupa onde vamos fazer uma parceria com uma loja em segunda mão. Temos também planeado alguns workshops para unir a população à nossa associação, mas as pessoas poderão ter acesso às informações brevemente nas nossas redes sociais. 

JFC - Quantas pessoas estão a colaborar convosco?

PR - Neste momento somos onze elementos mais cinco amigos chegados que fazem parte da organização, porque mesmo não estando nos órgãos sociais, acabam também por colaborar connosco.

 

JFC - Como será feita a adesão das pessoas às atividades da associação?

PR - O que foi discutido até agora é que, por exemplo, os workshops tenham livre acesso, onde não seja necessário que as pessoas se tornem sócias para puderem participar. Para os restantes projetos, é necessário tornarem-se sócios, mas nada é impeditivo de puderem experimentar, a ideia é facilitar o acesso às artes.

 

JFC - Quais os pontos positivos da associação e os principais constrangimentos?

PR – O ponto positivo é sem dúvida o esforço por parte de todas as pessoas que estão envolvidas nesta associação e aqui quero salientar o esforço do Francisco Mota, presidente do Oriental de São Martinho, que se disponibiliza para nos ajudar em tudo. Há também que valorizar os elementos da AJORF que continuam a trabalhar em casa, maior parte deles isolados, que todas as semanas se reúnem e apresentam assuntos novos, sem nunca tentar deixar nada para trás. A pandemia também atrasou o processo porque há trabalho que só poderia ser realizado pessoalmente e que, infelizmente, não foi possível na altura que tínhamos previsto.

 

JFC - Quais as perspetivas de futuro face à intervenção da associação?

Para o futuro queremos crescimento, ver pessoas a entrar na nossa associação, a ficarem felizes com as atividades que se irão realizar. Um ponto forte onde queremos apostar é no convívio porque não queremos apenas que utilizem o que nós temos para oferecer, queremos também que haja troca de conhecimentos, um espaço comum onde possam ver novas ideias, incentivo e trabalho em conjunto. É a parte das trocas de ideias que faz com que surjam coisas interessantíssimas. Eu tenho o meu exemplo, entrei com oito anos para uma associação e foi lá que aprendi a tocar guitarra, registei-me como sócio e ia para lá todos os sábados aprender, foi dos melhores tempos da minha vida e adorei. É nesse sentido que gostava que a AJORF incidisse, para que as pessoas não tenham de ter um encargo muito grande na despesa de aprender uma atividade artística. A minha esperança para o futuro é que traga pessoas que não tenham a hipótese de se iniciar no meio e para quem já está no meio, que seja uma plataforma de crescimento. Temos também outras atividades que pretendemos realizar no futuro como uma revista/jornal para mostrar o trabalho que fazemos dentro da nossa associação.

 

- 08 dez, 2020
- Helena Esteves