Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Fernando Mendes esgota sala de espetáculos de Proença-a-Nova Voltar

O auditório dos Paços do Concelho de Proença-a-Nova encheu para o espetáculo de Fernando Mendes - “Insónia” - que foi apresentado no dia 19 de novembro: os 300 espetadores entraram na sala de estar de Custódio Reis e acompanharam um início de noite sem sono e a crise interior que surgiu após a mulher e o filho saírem de casa. Sozinho em palco, Fernando Mendes fez-se acompanhar da presença de muitos amigos que simularam os diversos programas que ia assistindo na televisão, à espera de que o sono chegasse, incluindo imagens do concurso “O Preço Certo”, onde é anfitrião.

«São palcos completamente diferentes, o teatro é uma coisa, a televisão é outra”, referiu o ator e apresentador no final do espetáculo. “Mas a vantagem que eu tenho no Preço Certo é a de ter um público ali à minha frente que me ajuda muito, e que é muito importante para mim e para a minha maneira de estar e de representar. Mas o palco foi onde me estreei, nas tábuas, e gostei muito de estar aqui hoje, um público extraordinário, e de sentir esse carinho que têm também por causa do Preço Certo - sei que muita gente veio aqui por causa do Preço Certo. Portanto, os dois – o teatro e o Preço Certo – casam muito bem um com outro», acrescentou.

Apesar dos momentos de angústia vividos pela sua personagem, as gargalhadas foram uma constante ao longo de todo o espetáculo. De acordo com a sinopse de “Insónia”, estamos perante o comum português de classe média, que vive afogado em dívidas e créditos. «Certa noite, Custódio, que sempre teve preguiça de pensar muito na sua vida, decide parar para pensar e ao contrário de passar a noite a ressonar, como é seu hábito, não consegue dormir. Tem uma terrível insónia. Uma insónia onde vai questionar tudo na sua vida e tentar encontrar soluções. Só que, por mais que grande parte dos seus problemas tenham soluções óbvias, para um homem que foi toda a vida assim, a mudança não parece fácil».

Fernando Mendes assume que a peça brinca com coisas sérias. «Isto realmente é a história de vida não digo que de um cidadão normal, mas de muitas pessoas neste país e neste mundo a quem acontece a história que hoje foi descrita e as pessoas aderem: umas pessoas choram, outras riem. É difícil fazer as pessoas chorar, eu bem que quero, mas começam-se a rir».

No final, o ator conversou com o público, incluindo com elementos da Companhia de Teatro de Montes da Senhora, recebendo o carinho de quem reconhece o talento de 42 anos de carreira.

- 23 nov, 2022