Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Regresso do desporto/a festa e o convívio popular! Voltar

Bom dia, boa tarde ou boa noite, consoante a hora a que estão a ler este artigo. Na minha última referência escrita, neste jornal, falei dos quadros competitivos, que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), adaptou para debelar os problemas que trouxe a pandemia e que em nada abonam as equipas do Interior. Na crónica de hoje, vou falar-vos, da importância que o regresso do desporto, traz às nossas aldeias, vilas e cidades. Vamos por partes! Na minha infância e juventude e quem viveu as décadas de 70,80 e 90 do século passado, recorda-se bem que qualquer aldeia, tinha um campo de futebol onde a população local usufruía do desporto e fazia encontros contra outras localidades.

Havia os campeonatos do INATEL e as associações distritais tinham, muitas equipas e mais divisões. Inicialmente só de futebol e depois futebol de salão, futebol de cinco que viria a convergir no futsal. Os tempos são outros, o nosso Interior tem cada vez menos população. No entanto, a carolice e a boa vontade de muitos, ainda faz com que as coletividades, se organizem e tomem iniciativas em prol dos seus habitantes.

Este verão, depois de dois anos de Covid-19, que a todos nos privou de tanta coisa que gostávamos de fazer, regressou á região a festa do desporto. Omitindo por não ter conhecimento muitos dos torneios que se fazem na Beira Interior, vou citar alguns de que tive conhecimento e que envolvem os atletas, treinadores, acompanhantes, claques, simpatizantes e organização, no distrito da Guarda sabendo que há muitos mais, refiro o Inter Freguesias do Sabugal. No distrito de Castelo Branco, os torneios do Dominguiso, do Ferro, do Peso, do Vera Cruz de Belmonte e das Cortes do Meio. Falando agora concretamente das maratonas de futsal, quero aqui salientar três “24 Horas de Futsal”, onde eu estive, nos dias 2 e 3 de julho e onde jogadores da região e outros forasteiros, trouxeram qualidade futsalística a esta vila. Duas equipas que se tinham encontrado na fase de grupos, disputaram a final. Uma com os atletas do distrito de Castelo Branco, com atletas do campeonatos nacionais e a outra vinda de fora (com jogadores da Liga Placard) e que encantou o muito público presente, no pavilhão da escola teixosense. Mais tarde, nos dias 30 e 31 de julho, também me desloquei a Carvalhal Formoso, onde num clima de festa e sobre um sol abrasador, pois esta competição é disputada ao ar livre, voltei a ver jogos de qualidade. No encontro da final e as modalidades completaram-se e tive o prazer de ver uma equipa de jogadores de futebol vencer a outra com atletas do futsal. As centenas de pessoas que estavam nesta freguesia de Belmonte, ficaram de coração cheio, porque além do que assistiram dentro da quadra, conviveram fora dela, revendo amigos e conhecidos e disfrutando da “3ª parte”, muito importante nestas ocasiões. Alguns destes jogadores ainda foram para a Orca, onde também havia torneio. Como sabem os jogadores nesta altura de férias, dividem-se em torneios e também andam á procura e trofeus e prémios monetários.

Falando agora em causa própria. No “24 Horas de Futsal”, onde já fui treinador, jogador, árbitro e desde 1994 na organização, refiro que a edição deste ano, a 33ª, foi, apesar de uma ou outra falha, um êxito. A Associação Desportiva de Manteigas, apresentou várias inovações e mais de um milhar de pessoas, passou pelo pavilhão ou bar, do evento. Muito haveria para dizer, mas nas pessoas que eu vou citar, homenageio os milhares de atletas, treinadores, árbitros e organizadores que ao longo destes anos, passaram por aquele que é o 24 Horas, mais antigo e com mais prestígio na região e também no país, recordo-me como se fosse hoje, da 1ª edição que teve lugar em 1987, 3 anos depois da inauguração do pavilhão em 4 de março de 1984, dia do feriado municipal. Na altura, os animadores desportivos Rui de Carvalho e António Matias, criaram com a ajuda de outros colegas do desporto, um esquema, que é uma das imagens de marca do nosso torneio. Nesse ano, a minha equipa e não referenciando todos os nomes pois alguns já me esqueci, os cinco base erámos todos universitários: Sérgio Isidro (guarda-redes), Arlindo (fixo/pivot), Sebastião (fixo/pivot), Carona (ala direito), Eu (ala esquerdo) e António Lucas (universal), já falecido. Aproveitando este amigo, que já partiu, quero também honrar o nome de dois amigos que muito fizeram pelo torneio e que também já não estão entre nós. Fernando Martins Saraiva Delgado e António José Delgado da Fonseca. O 24 Horas de Manteigas tem bases sólidas e uma estrutura de há longos anos e nesta edição foram 7 as formações que vieram da capital do país, depois de longas horas de competição, a final começou cerca das 18h do dia 24 de julho e na quadra estava só um manteiguense. Com um guarda-redes da Liga Placard e outros atletas dos nacionais, a formação do Pandilha Jovem, venceu os Unidos no Calvário e fez o Penta. Seguiu-se a cerimónia de entrega dos prémios e depois, cá fora, no bar, continuou a festa pela noite dentro. Tudo isto para vos dizer que o que aconteceu, na nossa região acontece um pouco por todo o país e por todo o mundo. Viva o desporto e o convívio que ele traz à população!

- 12 ago, 2022