Alunos de guitarra portuguesa gravam álbuns de estreia
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Os alunos da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) que cursem guitarra portuguesa na licenciatura em Música, bem como os recém-diplomados daquela variante de instrumento, já podem conceber e executar um trabalho musical sem quaisquer custos financeiros.
Anunciado a meio do ano letivo anterior, o estímulo à composição começa agora a dar os seus frutos junto dos estudantes ainda sem nenhum álbum gravado, desafiados a registarem quatro temas de autores já consagrados e quatro inéditos, podendo fazê-lo a solo ou com outros músicos e formações. Uma forma de garantir a sua inserção no circuito discográfico e a apresentação de obra e compositor junto do público, facilitando a entrada no mundo das artes do espetáculo.
A supervisão do projeto está a cargo de Custódio Castelo, seu promotor e docente da ESART-IPCB, que conduz a produção e as gravações na Fábrica da Criatividade, a qual por sua vez disponibiliza uma box a cada guitarrista e os técnicos de som (neste caso, João Falcão, também ele diplomado pela ESART, onde cursou Música Eletrónica e Produção Musical). Já a World Music Records encarrega-se da masterização e distribuição dos álbuns nas plataformas digitais, fazendo a ponte com os media.
A frequentar o segundo ano, Tiago Oliveira é um dos beneficiários da iniciativa que arrancou com José Alegre, o primeiro diplomado na única licenciatura do género em Portugal. Com sete temas já compostos, o jovem de Vila do Conde dá-se a conhecer, de momento, através do seu original favorito, a melodia “Amanhecer”. “Tinha um teste e estava farto de estudar a noite toda. Quando começou a entrar luz pela janela, peguei na guitarra e fui para a varanda tocar a ver o nascer do sol”, confessa.
Incorporar histórias como esta, desde o mestre que inspirou o discípulo ao primeiro tema apreendido com a técnica correta, é outro dos aspetos a contemplar nos trabalhos de estreia dos novos instrumentistas. “O estúdio de gravação ficará sempre aberto a quem compõe porque está a revelar-se enquanto músico, e através de um instrumento com a voz de um povo e o nome de um país”, justifica Custódio Castelo.
No registo fonográfico que se começa a evidenciar, repertório e acompanhamento apresentam-se já em linha com o gosto e o estilo de Tiago Oliveira, bem para lá do portefólio tradicional. “No mundo da música é preciso ter contactos. Se não fizermos já parte de uma banda ou orquestra, é complicado ter currículo. Então é uma oportunidade que mais nenhuma escola oferece, uma excelente forma de entrarmos no mercado”, conclui o estudante.