Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira responde a declarações de Marta Alçada Voltar

A vereadora na Câmara Municipal da Covilhã, eleita pelo movimento «Juntos Fazemos Melhor» (CDS-PP, PSD e IL), Marta Alçada, teceu várias considerações sobre o CHUCB, na última reunião pública do elenco camarário covilhanense.

A autarca a partir de um “testemunho pessoal” e da observação que teve oportunidade de fazer por “cinco horas”, no CHUCB, disse que “testemunhou uma realidade ímpar e quase «perturbante» de um Serviço de Urgência em situação de limite”.

Para além do limite das forças humanas “há no nosso Centro Hospitalar lacunas preocupantes para os nossos cidadãos. As macas encostadas, as desconfortáveis cadeiras amarelas e de rodas que preenchiam o corredor da Urgência eram dignas de se caraterizarem como cenário de calamidade”, relatou.

“Os equipamentos como as próprias macas, os monitores de controle dos índices vitais, as bombas infusórias, os dois ventiladores de que dei conta estarem avariados, num tempo como este que atravessamos, não são resposta para um Centro Hospitalar Universitário”, acrescentou.

A questões colocadas pelo Jornal Fórum, o Conselho de Administração do CHUCB sublinhou que “em pouco mais de duas décadas de existência são óbvios, conhecidos e reais os ganhos em saúde, que esta instituição tem proporcionado às populações que serve”. 

“Hospital de referência de toda a Beira Interior, o CHUCB é hoje uma unidade de saúde sofisticada, encontrando-se entre os mais modernos e capacitados hospitais do país, sendo mesmo referência a nível europeu em várias áreas”, afirma.

A título de exemplo, o Conselho de Administração do CHUCB nota que o Hospital Distrital da Covilhã dispunha de “21 especialidades, e hoje, o CHUCB tem mais de 40”.

Nota ainda que o CHUCB passou nas últimas duas décadas de “64 médicos (dados relativos a dezembro 1999) para 280 médicos (dados relativos a dezembro 2021), sendo que destes últimos, 201 são especialistas e 79 médicos internos de formação geral e especializada”. Neste período, o CHUCB “mais do que duplicou o número de enfermeiros e técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica contratados, passando de 226 para 473 (enfermeiros) e de 33 para 104 (TSDT), situação esta, que de resto se replica, nas várias outras áreas profissionais do hospital”.

Na resposta às questões do Jornal Fórum, o Conselho de Administração do CHUCB garante que “tem acautelados os meios humanos adequados ao atendimento atempado e eficaz de todos os seus utentes” e que “não pretende alimentar uma discussão pueril, no que concerne também à alegada realidade observada pela vereadora Marta Alçada no serviço de urgência geral” e esclarece que: “O CHUCB possui três serviços de urgência diferenciados e independentes, designadamente: Urgência Geral; Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Urgência de Pediatria. Às áreas de urgência/emergência do CHUCB acedem constantemente utentes, em situação de sofrimento físico e/ou psicológico, que urge tratar, de acordo com um sistema que prioriza as situações mais graves. Estando os profissionais de saúde aí em exercício, ocupados e preocupados em salvar e tratar vidas, é altamente penalizador saber que, uma utente, sem idoneidade conhecida para o efeito, mas com responsabilidades públicas acrescidas, tem a ligeireza de inventariar equipamentos médicos aí presentes, rotulando-os de “avariados” e tecendo considerações depreciativas às caraterísticas/organização do mobiliário do serviço, o qual cumpre pressupostos legais definidos para contexto hospitalar. Mais ainda, sabendo-se que no caso da urgência geral, há muito está a ser feito um esforço acrescido, para separar os utentes com sintomatologia respiratória dos demais, consagrando-lhes ainda assim, meios e condições de tratamento, seguros e com qualidade para todos”.

“Felizmente que para a população da Cova da Beira, os utentes do CHUCB desconhecem o que é ter um cenário de calamidade ou limite num serviço de urgência”, disse, destacando que “os inquéritos de satisfação aplicados de forma anónima, a todos os utentes aí atendidos, indicam um nível de satisfação global acima dos 85%”.

O Conselho de Administração do CHUCB sublinha ainda que “são muitos os projetos de investimento, desenvolvidos e implementados por este centro hospitalar, seja com fundos próprios ou fundos nacionais e comunitários, através dos quais tem sido possível a criação/requalificação de espaços e novas áreas hospitalares e ainda a aquisição de equipamentos e dispositivos médicos, altamente diferenciados em termos tecnológicos, o que revela a aposta constante deste hospital na inovação, na diferenciação e na qualidade. Por isso, e por muito mais, o CHUCB é uma entidade de saúde certificada e acreditada, de acordo com sistemas de qualidade e segurança, nacionais e internacionais, fruto de auditorias frequentes”.

 

“Leitura completamente enviesada e descontextualizada”

Na mesma intervenção, Marta Alçada afirmou que “depois de duas décadas da Faculdade de Ciências da Saúde ser uma realidade na nossa Universidade, há um dado preocupante que creio ser dos mais sintomáticos sobre a situação débil e frágil do nosso CHUCB: a fixação de profissionais aqui formados é quase nula”.

O Conselho de Administração do CHUCB considera que “é uma leitura completamente enviesada e descontextualizada, em virtude quer dos números atrás referidos, mas também porque como é do conhecimento público, nenhuma universidade do país forma médicos exclusivamente para um determinado hospital, até porque os médicos recém-formados são colocados nos hospitais, após submissão a um concurso público nacional”.

Contudo, também nesta matéria, o CHUCB “regozija-se por mais este ano ter preenchido na totalidade, as 51 vagas que lhe tinham sido atribuídas, para médicos internos, de formação geral e especializada, situação que não ocorreu em muitos hospitais centrais do país. Mais, dos médicos aqui colocados, salientar que na sua maioria, este hospital é referenciado como tendo sido a sua 1ª opção de escolha, e que muitos dos médicos que aqui fazem formação especializada, foram nossos internos de formação geral, o que confirma a qualidade e reconhecimento do internato médico aqui prestado”, acrescentou.

 

“As três entidades municipais tudo têm feito para apoiar o CHUCB”

Sobre o apelo da vereadora Marta Alçada para que “seja desencadeada uma onda de solidariedade para com o CHUCB”, com “o executivo a ser o primeiro a dar o exemplo”, o Conselho de Administração desta unidade de saúde refere que “o CHUCB tem sido elemento chave da ligação entre as Câmaras Municipais da Covilhã, Fundão e Belmonte, sendo mesmo um parceiro privilegiado por se encontrar, em primeiro plano, na agenda estratégica decisória destas três entidades municipais, que tudo têm feito para apoiar o CHUCB, no sentido da melhoria dos serviços prestados às suas populações”.

- 01 mar, 2022