As duas mais importantes manifestações em situações de emergência médica respiratória são a dispneia e a cianose.
Entende-se como dispneia a dificuldade em respirar, ou seja, é a sensação de falta de ar, e que nas situações mais graves até pode ser observada pelo socorrista. Quando se dá a dificuldade respiratória pode ser de uma forma agudizada que obrigará a vítima a fazer um esforço redobrado para conseguir ventilar.
Entende-se como cianose, como um indicador de falta de oxigénio no sangue, e, que se manifesta com uma coloração azulada da pele e das mucosas, mais facilmente identificada nas extremidades.
Em relação às emergências médicas respiratórias serão duas as principais doenças com que o socorrista se depara com mais frequência: Asma; Bronquite Crónica Agudizada.
ASMA:
É uma afeção do aparelho respiratório desencadeada quer por uma reação alérgica, quer por uma infeção que pode surgir de maneira súbita ou por crises. O principal sintoma da asma é a dispneia (dificuldade respiratória). É principalmente na expiração que a vítima tem dificuldade em ventilar. É então que os sibilos (som provocado pela expiração) são mais audíveis.
Os brônquios são as estruturas mais afetadas durante este processo, por serem os mais pequenos tubos onde circula o ar e por isso, qualquer reação alérgica ou infeciosa que os afeta provocam nestas contrações musculares, reduzindo deste modo o seu diâmetro.
Estas contrações musculares mantêm-se enquanto não for suprimida a ação desencadeadora. Temos fatores desencadeadores de alergia em certas pessoas: o pó, pólen das flores, certos comprimidos, certos tipos de alimentação, etc.
A contração muscular e a diminuição do diâmetro dos brônquios, altera o volume de ar que normalmente por estes deveria sair e entrar, ou seja, a respiração do individuo, está afetada. A ventilação torna-se ruidosa, em geral durante a fase da expiração, na qual o asmático sente maior dificuldade.
O problema do doente asmático é durante a fase expiratória na qual tem de exercer um grande esforço e não durante a fase inspiratória como se pode supor.
O ataque asmático é uma verdadeira emergência médica dado o comprometimento dos principais órgãos: pulmões, coração, cérebro.
Sinais e Sintomas
No ataque asmático, a vítima apresentar-se-á muito angustiada de olhos bem abertos, veias do pescoço distendidas, uma respiração difícil com expiração sibilante (“gatinhas”) e acompanhada por vezes de tosse. Nos casos mais graves pode surgir cianose que será tanto mais marcante consoante a gravidade da dispneia.
Resumo dos Sinais e Sintomas: Respiração difícil (dispneia) com expiração sibilante; Vítima angustiada, olhos bem abertos; Por vezes pode aparecer Tosse; Veias do Pescoço distendidas; Cianose (casos mais graves);
Cuidados de emergência:
O quadro de dificuldade respiratória torna-se por vezes algo dramático. O que pode o socorrista fazer? Como pode o socorrista agir perante uma situação deste género?
- Manter uma atitude calma e segura. Procure combater a origem da crise, como retirar o doente do ambiente onde se encontra, pois poderá estar aí a origem da crise (vernizes, tintas, flores, pós, etc.);
- Colocar o doente na posição mais confortável e cómoda de modo a facilitar a respiração. Sabendo que a posição de sentado ou semi-sentado facilita a respiração, pois permite uma maior expansão e utilização dos músculos respiratórios, contudo, devemos ter sempre em conta a preferência do doente, daí sempre conveniente perguntar ao doente qual a posição em que encontra mais confortável.
- O socorrista deve avaliar e registar os sinais vitais, com principal preocupação das características da ventilação;
- Se houver meios para administração de O2, este deve ser administrado na quantidade de 3 l/m. ter também atenção ao meio que vai utilizar para a administração do O2, porque poderá o doente devido á sua situação não tolerar equipamentos como por exemplo a mascara, porque devido à ansiedade lhe possa parecer que irá aumentar a sua dificuldade em respirar. E como é óbvio quanto mais aumenta a tensão emocional do doente mais aumenta a dificuldade respiratória que por sua vez já é difícil.
- Manter a administração de O2 ao débito de 3 litros/minuto durante o percurso do doente até ao hospital.
- No caso de o doente fazer medicação para este tipo de patologia deve o socorrista saber: Qual o nome do medicamento? Já o tomou? Há quanto tempo? Não fez efeito?