Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Mais apoios, mas na ação social Voltar

Desde março de 2020 que a pandemia nos tem criado diversos problemas, tanto a nível de saúde pública, como na economia.

Com o passar do tempo a economia e o emprego sofreram quebras brutais e as ajudas, tanto Estatais, como da União Europeia tardam em chegar. Não podemos aceitar que as negociações para este género de apoios demorem tanto tempo. São situações que têm de ter soluções rápidas e eficazes. Leis que terão de sair logo do papel e não estar à espera que haja luz verde daqui e dali.

Existem setores que estão numa crise quase sem retorno, como a cultura, a restauração, turismo e comércios e que necessitam de apoios diretos e concretos por parte do Estado.

O Plano de Recuperação e Resiliência teria de atuar noutros pontos da sociedade, nunca poderia atuar tanto na questão das obras e no investimento em setores mais públicos. Era importante que os apoios se cingissem mais ao setor social e às empresas, centrando-se nas pessoas e na criação de emprego, mas de um emprego qualificado, era importante que assim fosse.

Noutros países da Europa os apoios foram aplicados de forma mais célere e mais centralizados na economia. Não estamos com isto a dizer que o Estado português não atuou a nível de apoios, isso não é verdade, até porque alguns foram bem aplicados, a problemática maior é a demora e não haver uma política ampla para as áreas mais afetadas pela pandemia.

Mas aqui a responsabilidade não é apenas do Governo, mas também dos deputados com assento na Assembleia da República que deveria escrutinar e questionar de outra forma e não o fizeram.

Veremos o que nos trará o Plano de Recuperação e Resiliência e que novas medidas irão surgir, no entanto continuamos com a certeza de que deve existir mais planificação.

Aliás a maioria dos apoios dos Planos e Fundos que aí vêm deveriam ser canalizados para a ajuda aos que mais precisam, aos desprotegidos, aos que a pandemia tirou o emprego. Estes deveriam ser a preocupação maior de um Estado que durante 40 anos preferiu sempre as grandes Obras Públicas e a injeção de dinheiro no grande capital. É hora de mudar este paradigma.

- 08 dez, 2021