Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Um país cada vez mais de «risco ao meio» Voltar

Os Censos 2021 tiveram os seus resultados preliminares e com eles tivemos mais um «susto». A queda populacional na região continua e a Covilhã é um dos concelhos mais afetados.

Os dados apresentados refletem que, na última década, os distritos de Castelo Branco e da Guarda perderam 36272 habitantes.

O decréscimo populacional registado na última década em Portugal resultou do saldo natural negativo (-250 066 pessoas, dados provisórios), sendo que o saldo migratório ocorrido, apesar de positivo, demonstra que não foi suficiente para inverter a quebra populacional.

São resultados assustadores que mostram uma sangria populacional que ninguém consegue combater. O país envelhece, o número de nascimentos cai e os jovens não se fixam no Interior de Portugal.

As autarquias têm poucas ferramentas para o fazer e o Governo Central não dá apoios suficientes e as oportunidades continuam a estar no Litoral.

Portugal continua a ser um país de «risca ao meio», sem estratégias para as regiões do Interior e a cada Estudo que se faz a sangria populacional continua, as oportunidades e o investimento decaem e continuamos a debatermo-nos década após década com os mesmos problemas.

Não podemos continuar com este propósito, nem tão pouco com medidas avulsas e com outras que nunca saem do papel. Ou há uma estratégia para combater as questões populacionais, as descidas da natalidade e a estabilização e formação dos jovens, ou daqui a dez anos teremos números muito mais assustadores que estes.

Estes resultados devem-nos fazer refletir que estamos a caminhar numa estrada em que o retorno pode ser cada vez mais difícil e penoso. Não podemos olhar cruamente para estes números, mas sim como uma oportunidade de se fazer diferente, para bem de todos, para bem do país, e principalmente para os mais jovens que serão o nosso amanhã!

- 04 ago, 2021