“Será urgente responder à crise provocada pela pandemia com a força da solidariedade"
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Margarida Paredes é a candidata ao Bloco de Esquerda a Castelo Branco. Em entrevista ao Jornal Fórum Covilhã, a candidata aborda os principais motivações e propostas para o concelho
Porque se candidata à Câmara Municipal de Castelo Branco?
Primeiro constatei que o poder autárquico em Castelo Branco, ao seu mais alto nível, tem sido sempre exercido no masculino. Como mulher senti a obrigação de me chegar à frente e candidatar-me à Câmara de Castelo Branco para dar o exemplo às adolescentes e meninas do município. A representatividade de género conta e tem consequências na vida das mulheres. Como as meninas albicastrenses poderão sonhar em chegar ao topo se só veem homens no centro do poder? Depois aceitei o convite do Bloco de Esquerda para cabeça de Lista porque compartilho das ideias e valores do partido e subscrevo o seu Programa Autárquico. A Lista do Bloco é aberta e inclusiva, além dos aderentes inclui independentes e vários membros do LIVRE como eu. Também tem a contribuição de cidadãos estrangeiros, a minha amiga, Jane Oliveira é brasileira e refugiada do governo Bolsonaro em Castelo Branco.
Quais as propostas que tem para o concelho?
Para já, será urgente responder à crise provocada pela pandemia com a força da solidariedade. Temos que investir em apoios sociais aos mais carenciados, não podemos deixar ninguém para trás. Outra das grandes preocupações do Bloco é a desertificação das aldeias do concelho. Para revitalizar essas freguesias e criar comunidades sustentáveis, pretendemos criar um Programa com um grande pacote de apoios e incentivos, destinado a atrair jovens Millennials para viver no interior e se fixarem nas freguesias desertificadas. Entre as medidas a implementar estará um Subsídio de Instalação a fundo perdido. Casas requalificadas pela autarquia com melhoria energética e de arrendamento reduzido. Crescimento da rede de Transportes regulares e a preços reduzidos. Reforço da rede móvel e Internet. Incentivo pecuniário à natalidade. A divulgação do programa será realizada através da criação de um site na Internet. Pretendemos implementar um Plano Municipal de resposta às alterações climáticas, assim como a criação de mecanismos de intervenção em casas de famílias carenciadas tendo em vista a redução do impacto do calor e frio extremos. O nosso trabalho passa por requalificar e revitalizar o Centro Histórico com o restauro de casas degradadas ou em ruínas destinadas a Habitação Pública com rendas acessíveis. E ainda a criação de um programa de Habitação académica certificada. Para os idosos o Bloco pretende introduzir o transporte a pedido e criar um sistema municipal gratuito para deslocações aos serviços de Saúde e distribuição de medicamentos e apoiar a criação de uma rede pública de Lares, ou seja, lares Municipais. Assim como criar um programa de apoio aos cuidadores informais. Propomos também a criação de um Centro Cultural destinado às comunidades racializadas como os Ciganos e os Negros. O Trabalho, a Cultura, o Desporto, Escolas e as Infraestruturas serão outras áreas de intervenção que podem ser consultadas no nosso Programa online.
Como analisa os últimos quatro anos do concelho e o respetivo mandato?
Tenho, por princípio, não atacar nenhum dos candidatos, e Luís Correia, o presidente cessante da autarquia está na corrida eleitoral.
- 14 jul, 2021
- Helena Esteves