Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

“Quando estou a cantar é que sou inteiramente livre” Voltar

Foi em 2018 que o fado passou a ser uma paixão para Raquel Maria. Natural do Fundão e a viver atualmente em Castelo Branco, a artista apresentou o primeiro single este ano e participou no programa de talentos «All together Now», onde alcançou as semifinais. Tem como uma das suas grandes ambições lançar um CD

Como começou o percurso na música?

Eu já cantava jazz há algum tempo, mas em 2018 inscreveram-me no concurso de fado no Fundão, onde ganhei o Prémio Amália Rodrigues. Quem me entregou o prémio foi Joel Pina que, entretanto, faleceu este ano e foi o viola baixo da Amália Rodrigues. A partir desse momento ele fez-me acreditar que era o fado que queria mesmo cantar porque vindo do Joel Pina, achei que era mesmo o que queria fazer. Esse foi o ponto de viragem e consciencialização de “ok, é fado”.

 

Lançou o primeiro single em abril deste ano. O que é que o «Fado Liberdade» significa para si?

O «Fado Liberdade» significa tudo. É um hino à liberdade porque sem isso efetivamente nós não vivemos. Este single tem também muito daquilo que estamos a viver atualmente, e também tem traços da minha infância. Foi só na infância que fui livre e aquela liberdade de esperar pelo meu avô para irmos para o monte, é algo que nunca mais poderei viver. É essa liberdade que estão transcritas nessas palavras. É um hino à liberdade, à vida e a libertação que sinto quando canto porque só quando estou a cantar é que sou inteiramente livre.

 

Participou no programa «All Together Now», da TVI. Como foi a experiência?

Participei no programa e, sinceramente, quando me inscrevi não estava à espera de passar, nem pensei muito nisso. Quando me contactaram e fiz o casting por via Zoom numa quinta-feira, quando ligaram no dia a seguir a dizer que tinha passado, eu nem tinha bem a certeza se era para aparecer já nos programas. Na segunda-feira seguinte, descobri que já estava mesmo selecionada. Ganhar a primeira fase foi muito bom para mim e embora na semi-final não tenho ganho, felizmente há muitas pessoas a apoiarem-me e que acharam injusto o resultado porque conseguiram perceber que tive uma boa prestação. Embora não tenha conseguido chegar à final, que era a última etapa que faltava, já me sinto vitoriosa por ter passado quatro etapas. Eu sou uma pessoa persistente e, portanto, não vou baixar os braços.

 

E quais as ambições para o futuro na carreira musical?

O meu objetivo é gravar um CD para poder ter um trabalho próprio com poemas que eu já tenho escrito. Estou à espera que alguém possa investir e de alguém que perceba que, com a minha voz, podemos fazer algo. Já tenho um poema preparado para um fado tradicional, outro com letra e música da minha autoria e há poemas que escrevi que podem ser utilizados. As pessoas fazem-me acreditar que a minha voz tem valor, as minhas páginas das redes sociais, no Facebook e no Instagram com o nome «Raquel Maria», têm vindo a crescer muito e estou a conquistar o publico com vídeos meus a cantar e ir à televisão foi também uma grande alavanca. Eu canto outros géneros musicais, mas aquilo em que quero fazer carreira é no fado e na música tradicional porque faço parte da orquestra «ViolaBeiroa», um projeto que não quero deixar porque é da nossa região e gosto muito. A curto prazo, farei várias atuações que partilho nas minhas redes sociais para conhecimento do público.

- 07 jul, 2021
- Helena Esteves