Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

UBI: cinco anos como uma das melhores jovens universidades do Mundo Voltar

O Times Higher Education, um sucedâneo do vetusto jornal inglês Times, que conta com 236 anos de história, analisa todos os anos as melhores jovens universidades do mundo com menos de 50 anos. E a UBI, pelo quinto ano consecutivo, continua a estar neste grupo de excelência mundial. A questão é como consegue e porque consegue?

Esta é uma notícia que, nos últimos anos, tem surgido nos meios de comunicação regionais, sempre acompanhada de uma orgulhosa declaração. Esta é a nossa universidade! No entanto, pela letargia própria da leitura, nem sempre paramos para refletir no significado mais profundo deste reconhecimento mundial.

Na lista estão instituições como as Universidades de Antuérpia, Maastricht, Luxemburgo, Bordéus, Lille, Montpellier, Bremen e a nossa UBI. De facto, só conseguimos apreender o valor deste reconhecimento quando olhamos para as outras instituições que estão nesta lista restrita. Estamos a falar de universidades em cidades de grande dimensão, todas elas com mais de meio milhão de habitantes, quando a Covilhã tem 50 mil. O que só enaltece o que aqui é conseguido pois, como sabemos, os meios financeiros de que essas cidades e universidades dispõem estão uma ordem de grandeza acima.

É necessário referir que a UBI só consegue este resultado porque a cidade e os municípios da região a apoiam. Não há um único município da CIM Beiras e Serra da Estrela que não tenha projetos de colaboração com a universidade. E este aspeto também é uma das métricas que conta para a avaliação deste ranking de universidades. É claro que as colaborações da UBI não se limitam a estes municípios, elas estendem-se a muitos outros por todo o país. A missão da universidade moderna envolve o ensino, a investigação, e a interligação com a sociedade. É natural que os avaliadores do Times Higher Education também incluam a colaboração com municípios, entidades sociais e empresas na sua avaliação das universidades.

A colaboração com as empresas é para a UBI algo absolutamente natural, faz parte da sua génese. Os primeiros dois cursos do precursor Instituto Politécnico da Covilhã foram precisamente na área da gestão e do têxtil. Estas duas formações eram instrumentais para a necessidade das empresas locais. Este é um parâmetro que hoje corresponde a cerca de 400 empresas que anualmente colaboram com a UBI, tanto da região como nacionais e internacionais. Sem este portefólio de colaborações como poderia a UBI competir com as universidades de Antuérpia, Maastricht, Luxemburgo, Bordéus, Lille, Montpellier, ou Bremen. Este resultado só é possível devido à estreita ligação com a componente empresarial, sem esquecer as associações empresariais, e ainda com o terceiro sector.

A terceira chave deste sucesso deve-se aos professores e funcionários, em particular os mais jovens, e que muitos habitantes da cidade ainda confundem com estudantes. Com o crescimento do número de estudantes, que atualmente rondam os 8500, a UBI foi reforçando também os seus recursos humanos, apesar das fortes pressões orçamentais. É precisamente esse refrescamento que permite que se façam coisas extraordinárias dentro dos seus muros. O prestígio dos professores e investigadores é crescente, o que também é medido pelo Times Higher Education, nomeadamente através do número de citações com que professores e investigadores de todo o mundo referem trabalhos da UBI. Mas como seria possível este resultado sem o trabalho rotineiro, persistente, mas essencial, dos funcionários de apoio?

A notícia anual de que a UBI está nas melhores universidades do mundo com menos de 50 anos é algo que nos interpela o orgulho e enche a alma. Mas encheria muito mais se pensássemos nos nomes das cidades, e universidades, que nos acompanham nessa distinção, e que normalmente desconhecemos. Só nesse momento sentimos o impacto total deste reconhecimento.

- 06 jul, 2021
- José Páscoa