Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

“O principal objetivo da minha candidatura é devolver a confiança aos munícipes do concelho” Voltar

 

Célia Morais é candidata independente à Câmara Municipal de Manteigas. O Jornal Fórum Covilhã falou com a candidata sobre os principais objetivos e propostas para Manteigas nestas autárquicas

Porque decidiu candidatar-se?

Decidi candidatar-me, convicta que vou ganhar as eleições autárquicas, ao órgão que me candidato. Até ao início deste ano nunca me passou pela cabeça ser candidata à Câmara Municipal de Manteigas ou a qualquer outro órgão autárquico, e muito menos voltar a integrar listas, primeiro porque iria cumprir o meu mandato com a delegação de competências até ao fim, e depois porque não voltaria a integrar uma lista onde o candidato fosse o atual presidente, Esmeraldo Carvalhinho. Considero que o princípio fundamental da gestão autárquica é a sustentabilidade, e, tendo em conta que vivemos numa época particularmente difícil, a missão da Câmara Municipal de Manteigas tem de se centrar, num serviço público de qualidade baseado no planeamento, na coordenação e na gestão eficiente dos recursos municipais.

 

Quais os principais objetivos e propostas da candidatura? 

O principal objetivo da minha candidatura, é devolver a confiança aos munícipes do concelho de Manteigas, quebrando assim um ciclo que foi criado ao longo dos anos, e hoje está ultrapassado. Não estamos no seculo XIX, onde havia os senhores detentores de vastos territórios, que usufruíam de imunidade. Quero terminar esse ciclo, somos livres de pensamento, conduta e comunicação, foi para isso que se fez o 25 de Abril, que se caraterizou pela implementação da democracia e do desenvolvimento local.

 

 No anterior mandato, era vice-presidente da Câmara Municipal de Manteigas. Quais os motivos que levaram à rota de colisão com o atual presidente do município? 

Em 2017 fui a número 2 na Lista do PS, acreditei que o PS era vencedor, tal como aconteceu. Ao fim de três anos e meio, senti que não era livre para desenvolver o trabalho a bem do município de Manteigas, faltava a presença de um Líder, faltava o trabalho em equipa, faltava a coordenação, faltava planeamento, melhor, faltava tudo o que é preciso para se ter sucesso no trabalho autárquico. Sentia-me num ambiente de medo, um ambiente, onde se respira ditadura e autoritarismo. Durante estes 3 anos, o trabalho foi feito para agradar a amigos do presidente da Câmara. Os lugares eram entregues aos amigos, mesmo não tendo capacidade nem responsabilidade. Vejamos o Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara, é Presidente da Cooperativa Jornalística de Manteigas, que devido à sua falta de responsabilidade, conseguiu que o Notícias de Manteigas, fechasse portas, embora os assinantes tenham pago todo o ano de 2021. A última vez que o Notícias de Manteigas saiu foi em fevereiro de 2021. É triste que uma histórica publicação encerre devido à incompetência dos seus decisores. Sabendo desta situação, o Presidente da Câmara, tenta salvar o seu Chefe de Gabinete e o seu meio de comunicação, onde só escreve quem ele quer. Caricato ou não, deferiu e assinou requisições internas, para transferência de um “subsídio” ao referido Jornal de Abril, em dezembro de 2021. Isto no mínimo é de quem não tem a noção do que anda a fazer, com o dinheiro publico. Um líder político tem de estar disponível para a sua população, tem de receber os Munícipes e respeitar o trabalho dos funcionários da Câmara. Ora, logo não é isto que se passa na Câmara de Manteigas. Temos um Presidente que assume algumas posições machistas, autoritárias e de desconfiança, que está no Poder Autárquico para beneficiar alguns amigos. O que me leva a romper com o atual Presidente de Manteigas, foi o facto de ele não ser verdadeiro com o povo, nem comigo. Tendo tomado várias atitudes que eticamente não são corretas: Dando como exemplo a compra de um palco ao Grupo Desportivo das Lameirinhas, na Guarda, onde o irmão do Presidente da Câmara, é Presidente de Direção do Grupo Desportivo. Salvo melhor opinião, eticamente não é correto; Um Presidente de Câmara, que isenta uma empresa (Condição do Tempo) de pagar uma caução à Câmara, eticamente não é correto, porque se for um Munícipe paga nem que seja a prestações; Um Chefe de Gabinete que vai ao supermercado e faz um gasto em bens alimentares em dezembro de 2020 e Janeiro de 2021, no valor de 200,00 euros, eticamente não é correto; Um Presidente que autoriza que a conservação e manutenção no interior de um bar, que está adjudicado à mãe do Chefe de Gabinete, seja feito, pelos funcionários da Câmara, e onde o contrato diz expressamente que: "a manutenção e conservação é da responsabilidade do concessionário", eticamente não é correto. Foram estas e outras situações, que me levaram à rota de colisão com o Presidente. Mas não era minha intenção deixar o Município de Manteigas, pois sou uma mulher livre, responsável e que está na política para servir o Município e não para me servir do Município. Já algum tempo que eu e o Presidente, não mantínhamos diálogo sobre a vida do Município de Manteigas. O Presidente sempre foi uma pessoa muito ausente e quando estava não comunicava comigo sobre os desígnios da Vila de Manteigas. A rutura surge, porque o Presidente fez várias promessas durante a campanha eleitoral, e na realidade, prometeu o lugar de Chefe de Gabinete a dois militantes do Partido Socialista. Um foi ao número 3 da Lista para a Câmara, outro foi ao Presidente da Concelhia do PS de Manteigas. Havia uma luta constate pela ocupação dos lugares e era preciso eu sair do caminho autárquico do Município para as promessas serem cumpridas. Então surge a história da compra de mobiliário urbano, não cumprindo o Código da Contratação Publica. Os orçamentos que foram utilizados para me difamarem, foram arquivados, nunca dei despacho para a compra de tal equipamento, e, ainda hoje não sei qual é o equipamento a que se referem. Este assunto está entregue ao Ministério Publico, pois o Chefe de Gabinete, fez questão de me entregar uma carta anónima, com ameaça de perda de mandato, pela aquisição do referido equipamento. Eu diria pela não aquisição. Isto foi “baixa política”, onde eu era um alvo abater.

 

Das quatro freguesias, apresenta candidatos a todos?

Não apresento Listas às Juntas de Freguesia, porque ganhe quem ganhar, eu estarei disponível e empenhada em trabalhar em equipa.

 

O interior do país sofre de desertificação e envelhecimento da população. O que pretende fazer em Manteigas para reverter essa situação? 

 Com o aumento da esperança de vida, a solidão e o isolamento nos idosos é um problema que deve ser combatido e contrariado. Manteigas não foge deste ciclo. Por isso é preciso proporcionar à população idosa, qualidade de vida e um envelhecimento saudável e feliz.

Principalmente, vamos criar condições para fixação de jovens casais no Município de Manteigas, bem como a criação de meios orçamentais e financeiros para atrair investimento e fixação de empresas e elementos empreendedores no concelho.

 

Em que setores deve o município de Manteigas apostar nos próximos anos? 

Nos próximos anos o município deve apostar num Turismo de qualidade e sustentável, no apoio aos mais idosos, no apoio à natalidade, trabalhar com políticas de atração de pessoas para Manteigas. Estar ao lado dos empresários, e trabalhar com eles em parceria, para o desenvolvimento de Manteigas.

- 22 jun, 2021
- Helena Esteves