Em Nome das Artes: O retrato destruidor da demência
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Iniciamos esta rubrica mensal a escrever sobre um filme que estreou, na passada semana, no Cineplace do SerraShopping: «The Father», ou em português «O Pai». Dirigido por Florian Zeller e baseado numa peça já apresentada em 2012, é estrelado por Anthony Hopkins e Olivia Colman, personagens principais neste drama.
A estreia mundial realizou-se em 2020, no Festival Sundance de Cinema, foi lançado nos Estados Unidos a 18 de dezembro de 2020, pela Sony Pictures Classics, e no Reino Unido, a 8 de janeiro de 2021 pela Lions Gate. «O Pai», que venceu recentemente o Oscar de Melhor Argumento/Melhor Roteiro Adaptado, encontra-se agora nos cinemas em Portugal, para dar a conhecer o retrato destruir de alguém que sofre de demência.
Durante o filme vamos acompanhando, na perspetiva de Anthony, o dia-a-dia de um idoso que vive com demência. As frustrações, as confusões, os delírios e o comportamento agressivo. Ao longo de 1 hora e 40 minutos, assistimos à deterioração da memória, numa narrativa inteligente para um bom entendimento do espetador. O filme é ainda pautado por vários momentos de humor, que suavizam a temática tão pesada. Ainda assim, conseguimos também observar e criar empatia com a família, que nesta longa-metragem surge centrado no papel da filha. É difícil para um cuidador lidar com os padrões da doença e, através do enredo, dá para perceber a busca incessante para encontrar uma solução.
«O Pai» foi aclamado pela crítica, com muitos elogios para as performances de Hopkins e Colman, dando destaque à atuação de Anthony Hopkins, que nos conduziu para o mundo da doença de Alzheimer de uma forma tão real. Com esta excelente atuação, o protagonista acabou por ganhar nos Oscars 2021, o prémio de Melhor Ator. Um filme introspetivo e que vale a pena assistir!
- 11 mai, 2021
- Helena Esteves