Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Lutar para fazer acontecer Voltar

Portugal foi um dos primeiros países a entregar o seu plano de recuperação e resiliência, o que só pode ser positivo. Mas a verdade, é que todos queremos, que seja aprovado com celeridade para que passe rapidamente á sua execução. Este PRR não será o alfa e o ómega que tudo pode resolver, mas antes, deve ser entendido como mais um instrumento e relevante, para apoiar a recuperação da economia, que muito sofreu com a crise pandémica, e em simultâneo reforçar a resiliência em áreas prioritárias, como é o caso da saúde.

Bem sabemos, que para além do Plano de Recuperação e Resiliência, existem outras fontes de financiamento, como o Portugal 2030 e o Quadro Financeiro Plurianual; o Portugal 2020 e seu incremento para resposta a crise; o Programa de Estabilização Económica e Social; as medidas de resposta à crise na saúde, apoio às famílias, no emprego e à atividade económica. E todas estas medidas tiveram e terão reflexo no nosso território. Temos sempre, no entanto de ter presentes a necessidade de promoção de uma efetiva coesão social e territorial.

Mas, foi com alguma surpresa que recebemos a notícia da retirada do IC3 do Plano de Recuperação e Resiliência, que exigia ser executado até 2026. Sabíamos que tal comportava uma enorme exigência, como explicou o Secretário de Estado Ricardo Pinheiro na audição em sede da Assembleia da República. E reiterou, que o Governo reconhecia a importância desta ligação transfronteiriça que liga a A23 à autoestrada de Madrid, por Monfortinho, e por isso desde logo, tinha assumido o seu financiamento nacional, numa Resolução de Conselho de Ministros.

Saudamos essa decisão de financiamento do IC31 e do reconhecimento no comunicado do Ministério das Infraestruturas, que assumiu essa determinação por parte do Governo, assegurando a concretização deste e dos restantes projetos, em que também se inclui o IC6 entre Tabua e Folhadosa, que saíram do PRR. 

Há muitos anos, que nos batemos por este projeto, assim como outros, que estão referidos no manifesto eleitoral, com que nos candidatámos às últimas eleições legislativas e que foi sufragado, também com a eleição de 3 entre 4 deputados do círculo de Castelo Branco.

De resto, esta é uma das bandeiras pelas quais temos lutado, enquanto certos partidos como o PSD se limitavam a desvalorizar. Nunca lutaram por nenhuma das bandeiras que o PS apresentou e que foram projetos estruturantes para as nossas regiões, desde a eletrificação da linha da Beira Baixa, à reabilitação das escolas, ao gás natural ou à abolição e/ou descida das portagens. Saudamos que agora, já reconheçam que o IC31 é importante, não só para o distrito, mas para a própria região centro, e que o façam, referindo e citando o manifesto eleitoral do Partido Socialista, e que tive o gosto de coordenar, nas últimas eleições.

Os compromissos do Partido Socialista são para cumprir e mesmo que alguns projetos e infraestruturas pela sua ambição e dificuldade, possa demorar mais do que gostaríamos, continuamos sempre a lutar pela sua concretização. Com os nossos autarcas, o Partido Socialista foi capaz de grandes realizações mesmo que muito ainda tenhamos por fazer, para mais coesão social e territorial e para conseguir diminuir essas assimetrias.

Saudamos o Primeiro Ministro António Costa, pela decisão de avançar com esta via transfronteiriça, que faça renascer uma nova centralidade ibérica e pugnamos pela sua concretização. Saudamos ainda este governo pela eletrificação da ligação Covilhã /Guarda, que será inaugurada em breve, permitindo a ligação entre a Linha da Beira Baixa e da Beira Alta.

Há quem se limite, a cortar, desfazer, desacreditar e há quem se preocupe em continuamente lutar para fazer acontecer. Nós somos dos que continuaremos a fazer acontecer, mesmo que seja difícil, mesmo que pareça, por vezes, impossível, mas confiamos que pelas pessoas, vale sempre a pena. Lutamos por mais coesão social e territorial.

- 05 mai, 2021
- Hortense Martins