Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

“É importante perceber como está a comunidade académica a lidar com esta nova realidade” Voltar

ENTREVISTA. Jorge Pereira, novo Provedor do Estudante da Universidade da Beira Interior, em entrevista ao Jornal Fórum Covilhã, abordando a importância do cargo e as maiores preocupações/necessidades dos estudantes

 

Jornal Fórum Covilhã (JFC): Ser o novo Provedor do Estudante da UBI é certamente uma enorme responsabilidade. O que o motivou a candidatar-se a este cargo?

Jorge Pereira (JP): Foi a minha disponibilidade pessoal para desempenhar as funções, associada ao gosto pela academia e pelos seus desafios. Confesso que o ambiente universitário é algo que me estimula e fascina e as causas estudantis me sensibilizam, pois vivenciei algumas delas enquanto estudante.

 

JFC - Quais entende serem neste momento as principais preocupações e dificuldades dos estudantes universitários da instituição? O que há a fazer e a melhorar?

JP - Espero que sejam algumas diferentes daquelas que vivi entre 2012 e 2018, enquanto estudante de medicina da UBI. No entanto, há questões académicas transversais ao tempo, como o abandono escolar, que requerem uma atitude preventiva. Por outro lado, o momento atual que vivemos mexe com a saúde mental das pessoas e é importante perceber como está a comunidade académica a lidar com esta 'nova realidade'.

 

JFC - É a favor da redução de propinas até que cheguem ao valor zero ou tem outra visão sobre este assunto que tem dividido a comunidade estudantil e as políticas públicas?

JP: Sou a favor do ensino superior para todos, seja ele com propina zero ou com os apoios necessários, para que ninguém seja privado de continuar e progredir na sua escolaridade e formação, enquanto pessoa. É determinante que os ministérios da educação e ensino superior, bem como escolas secundárias e universidades consigam promover e sensibilizar os jovens, e também os demais cidadãos (adultos e seniores), para a aprendizagem e partilha de conhecimento contínuo e apoios existentes para tal.

 

JFC - Como analisa a transição para o ensino misto e online como forma de responder à pandemia por parte da UBI?

JP – Modernização. Várias universidades pelo mundo já utilizavam este tipo de metodologia mista antes do surto por SARS-CoV-2, vulgo Pandemia da COVID. Veja-se o exemplo da Universidade Aberta que ministra a distância vários cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento. Se, por um lado, diminui o contacto interpessoal presencial, que na minha opinião é fundamental, por outro permite chegar a pessoas que, de outro modo, seria difícil. Entendo, em suma, que as universidades portuguesas, a UBI em particular, têm transformado uma dificuldade em oportunidade.

- 20 dez, 2020
- Fernando Gil Teixeira