Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

1 de Junho - Dia Mundial da Criança Voltar

Nunca é demais relembrar os direitos de todas as crianças, principalmente enquanto existirem no mundo crianças a quem são negados os cuidados básicos de amor, saúde e segurança. Cada país celebra este dia num dia diferente, em Portugal, o Dia mundial da Criança comemora-se a 1 de Junho. O Dia Mundial da Criança foi assinalado, pela primeira vez, em 1950 por iniciativa das Nações Unidas, alguns anos após o fim da II Guerra Mundial, foi criado com a intenção de sensibilizar a comunidade internacional para os problemas criados por esta guerra, que fez com que a crise atingisse muitos países, deixando de existir as condições básicas e essenciais para se viver. Não havia comida, muitas crianças perderam os seus pais e outras tantas foram obrigadas a trabalhar para ajudarem nas despesas. Nesse dia, os Estados-Membros reconheceram que todas as crianças, independentemente da raça, cor, religião, origem social e país de origem, têm direito a afeto, amor e compreensão, a cuidados médicos, alimentação adequada, educação gratuita, a crescer num clima de paz e harmonia e a proteção contra todas as formas de exploração. Assinalar o Dia Mundial da Criança representa lembrar todas aquelas crianças que, pelo mundo fora, ainda hoje, sofrem de maus tratos, doenças, fome e qualquer tipo de discriminações. Portanto, este dia não é apenas um dia de festa, pensado e devidamente programado, em que as crianças são o centro das atenções com inúmeras atividades lúdicas e recebem presentes. Vai muito além de tudo isso. Este dia pretende, acima de tudo, recordar, a todos, a importância da defesa dos direitos fundamentais de todas as crianças. De entre outros, salienta-se o direito à educação, à proteção, ao amor e ao brincar. Cabe a cada um de nós, contribuir para que estes direitos sejam assegurados, tentarmos dar um pouco de nós, relembrar o que fomos quando éramos crianças e percebermos o seu mundo, estarmos abertos a (re)aprendermos com eles todos os dias, aquela forma simples de viver. Estamos a ultrapassar uma fase difícil, repleta de mudanças, sem fim à vista, se para nós adultos é difícil entender, aceitar e ajustar o dia-a-dia a esta nova realidade, o que poderemos dizer das crianças. No passado dia 28 de Maio, comemorou-se o Dia Internacional do Brincar, uma data reconhecida no calendário da UNICEF desde o ano 2000, no entanto, brincar é um dos direitos consagrados na Convenção dos Direitos das Crianças. A necessidade de se assinalar um dia para salientar a importância do brincar e o valor que as brincadeiras têm no bem-estar, saúde e desenvolvimento das crianças é, por si só, um alerta. Não podemos esquecer que, a brincar também se aprende, desenvolvem-se competências socioemocionais, de autocontrolo, de criatividade, de empatia, entre tantas outras. É por tudo isto, que considero o acto de contar histórias tão importante para o desenvolvimento de todas estas competências nos crianças, no fundo em quinze minutos, conseguimos estabelecer uma relação de confiança entre adultos e crianças que conduzem a momentos de muito prazer e entretenimento. Mas mais do que isso, o conteúdo das histórias faz, muitas vezes, parte da formação do carácter da criança, ajuda-as a lidar com as pequenas descobertas, transformações e momentos difíceis, pelos quais, todos nós passamos quando estamos a crescer. Ao ouvir uma história, as crianças conseguem transportar-se para dentro da mesma, vivenciando aquela história como se fosse dela e compreender o que muitas vezes não se lhes consegue explicar de outra forma, porque simplesmente, somos adultos e nos esquecemos do que é ser criança. Se oferecermos do nosso tempo, alguns minutos diários da nossa atenção e nos permitirmos viajar com elas no seu mundo, estaremos sem dúvida a contribuir, não só para fortalecer laços importantíssimos, como também para ajudarmos a que essa criança venha a ser um cidadão equilibrado capaz de gerir cabeça e coração.

Recordando Álvaro Magalhães em O Brincador “Quando for grande, não quero ser médico, engenheiro ou professor. Não quero trabalhar de manhã à noite, seja no que for. Quero brincar de manhã à noite, seja como for. Quando for grande, quero ser um brincador.”

 

01/06/2020

Gabriela Antunes

- 01 jun, 2020
- Gabriela Antunes