Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Óscares 2020 Voltar

«Moda que é moda» por  Tiago Matos, finalista em Design de Moda pela Universidade da Beira Interior

 

Na passada noite de domingo, decorreu a 92º Cerimónia Anual dos Óscares, a noite mais importante para a sétima arte. Decorreu como de habitual em Los Angeles, no Dolby Theatre, e contou com várias personalidades conhecidas do público; com a infalível red carpet; discursos, que vão desde os divertidos (como foi caso de Maya Rudolph e Kristen Wiig que fizeram uma audição conjunta enquanto apresentavam uma das categorias da noite), aos de gratidão e chamada de atenção à forma como lidamos com os outros (Joaquín Phoenix ao aceitar o prémio de melhor ator por Joker, filme que retrata o famoso vilão e a falta de apoio e sobretudo compreensão em relação às doenças mentais), aos de crítica e humor (discurso de abertura de Chris Rock e Steve Martin, que aproveitaram o tempo de antena para começar a cerimónia com bom humor usando convidados como alvos e ao mesmo tempo criticar a nula presença feminina na categoria de melhor realizador(a) e nomeações para pessoas de cor) e também aos de feminismo (como aconteceu com a entrega por parte do trio formado por Gal Gadot, Sigourney Weaver e Brie Larson, que teve dos melhores vestidos da noite, que falaram sobre a força e união feminina).

Quanto aos propriamente ditos óscares, esta foi uma noite histórica, pois Parasite foi o grande vencedor da noite arrecadando a cobiçada categoria de Melhor Filme (que na minha opinião foi completamente merecido, pois o filme retrata diferenças sociais, sacrifícios e o “karma” duma maneira intensa, não cansativa e inesperada) assim como Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Realizador e Melhor Argumento Original. Outro grande vencedor da noite foi o 1917 vencendo grande parte das categorias técnicas, assim como Ford vs Ferrari uma das surpresas da noite.

Nas categorias principais destaco Renée Zellweger levou o prémio de Melhor Atriz por Judy, Laura Dern de Melhor Atriz Secundária pelo seu papel em Marriage Story (um filme obrigatório de ver, que retrata de forma crua um processo de divórcio, o mesmo que nomeou Scarlet Johansson para melhor atriz e que na minha opinião merecia a estatueta sem sombra de dúvidas), Melhor Argumento Adaptado foi para Jojo Rabbit (um filme delicioso, bonito e com alguma comédia sobre a perspetiva de um rapaz de 10 anos que cresceu na Alemanha nazi), Melhor Ator Secundário para Brad Pitt por Once Upon a Time in Hollywood e Melhor Figurino para Jacqueline Durran por Little Women como o típico filme de época que é.

A cerimónia não fez história apenas com Parasite, foi também a primeira vez que uma orquestra foi liderada por uma maestrina feminina; uma categoria apresentada por um portador de Síndrome de Dawn e ainda a primeira vez em que a red carpet será reutilizada para o ano seguinte, tornando esta cerimónia a mais sustentável até à data. Houve também o típico momento de homenagem aos falecidos, como é o caso de Kobe Bryant, que ficou a cargo de Billie Eilish e do irmão Finneas fazendo um cover dos Beatles, um dos momentos musicais com mais destaque da noite.

Para acabar a red carpet foi sem dúvida muito positiva e de chamar a atenção, digna da cerimónia. Quero destacar Natalie Portman com o seu vestido preto com pormenores a dourado, que continham neles os nomes das realizadoras ignoradas pela academia, bordados discretamente na capa que trazia por cima do vestido e Joaquín Phoenix que usou o mesmo fato durante toda a época de premiações, apelando a red carpets mais sustentáveis e desmistificando o preconceito de usar o mesmo mais do que uma vez.

E vocês, concordaram com os vencedores? Voltarei com a análise aos Grammy´s para fechar a época de entrega de prémios, até à próxima!

- 11 fev, 2020
- Tiago Matos