Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

A importância do XIX Árbitro Jovem se ter realizado onde o diabo perdeu as botas Voltar

Realizou-se este fim-de-semana a décima nona edição do Árbitro Jovem, evento que une em formações e conversas árbitros jovens de todo o país. Um evento fundamental para o futuro das carreiras destes jovens, já que é muitas vezes destas partilhas e experiências de grande amplitude que se ganha o gosto e as competências necessárias para esta árdua tarefa que é ser árbitro de futebol e de futsal.

E sim, por incrível que pareça o XIX Árbitro Jovem realizou-se mesmo “onde o diabo perdeu as botas”, nos municípios de Fundão e Covilhã. Estes dois municípios da Cova da Beira, tão habituados a trabalhar bem sem o devido reconhecimento foram escolhidos e bem para receber um evento que ainda se tornou mais importante por acontecer nestas circunstâncias. Podia ter sido adiado? Podia. Podia ter ficado sem efeito? Podia. Mas porque adiar a formação essencial destes jovens árbitros, se depois ao fim-de-semana os árbitros terão de ir apitar os jogos e exercer a sua função? As coisas dão para fazer, dão para fazer bem e dão para fazer em segurança, haja coragem e predisposição para tal. E aqui importa dar uma mensagem de elogio a várias entidades: à APAF, que não desistiu da iniciativa e pensou em “como vamos tornar isto possível?” antes de equacionar simplesmente desistir da ideia; dos dois municípios que deram todas as condições para que pudesse ser realizado o evento e que mostraram ser palcos merecedores de grandes iniciativas nacionais em quaisquer circunstâncias e que não somos só a zona que vê a banda a passar, mas também a zona que toca na banda se quiser; à organização do evento, que conseguiu trazer grandes nomes do desporto e da arbitragem para transmitir conhecimentos a estes jovens, dos quais destaco entre muitos Hélton, Artur Soares Dias, Jorge Sousa, Carlos Xistra (que mereceu ovação devido ao final da sua brilhante carreira), Vítor Oliveira, Catarina Rondão etc. Poderia passar aqui o artigo só para referir os brilhantes painéis de profissionais que se conseguiu reunir neste evento na nossa região.

E por último, uma palavra de apreço para aquele que para mim tem nisto um dedo gigante do tamanho do mundo, mas que odeia o reconhecimento público desta forma, mas que o vai levar de mim e mais que merecido, Sérgio Mendes. O Sérgio é uma pessoa brilhante, e este destaque vai muito para além da enorme amizade que tenho por este que também é nosso cronista neste semanário. O Sérgio merecia que os dias tivessem 32 horas cada um para fazer e executar todas as excelentes ideias e projetos que tem e como não as tem, consegue de forma impressionante aplicá-las todas em apenas 24 horas diárias. Professor, vereador, árbitro, membro da APAF… Se tivesse de enumerar todos os seus contributos para a sociedade e para a região, ficaria sem caracteres que chegassem neste artigo. Se este evento aconteceu e aconteceu cá, muito se deve à perseverança e capacidade de trabalho e organização do Sérgio, uma pessoa que trabalha muito onde ninguém vê, na casa das máquinas, mas que já merecia que alguém lhe fizesse o louvor. Não foi por acaso que a menção honrosa do “Prémio de Imprensa Desporto com Ética” este ano lhe coube a ele. A qualidade está à vista de todos.

Parabéns a todos os intervenientes e organizadores que fizeram desta uma iniciativa de sucesso. Tragam cá o evento novamente mais vezes que temos e mostrámos que temos, capacidade para os receber.

- 13 out, 2020
- Fernando Teixeira