Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

EDITORIAL: Enfrentar a realidade ajuda a resolver os problemas Voltar

«Neste momento existe fome em Portugal, não vale apenas estarmos a esconder esta realidade, até porque a taxa de desemprego aumentou e a realidade económica das empresas é deficitária, com quebras no consumo na ordem dos 50 aos 80%»

 

A pandemia tem afetado muito a vida das empresas e das famílias portuguesas. A queda do consumo, do turismo e também o desemprego estão a criar uma dificuldade acrescida na retoma a uma vida normal. De março até aos dias de hoje o Estado tem dado alguns apoios para que a crise nos agregados familiares se minimize, no entanto, e atualmente, as dificuldades estão cada vez mais patentes.

A União Europeia aprovou um pacote extraordinário de apoio para os Países Membros, e Portugal é um dos que vai ser contemplado com uma «grande fatia deste bolo». Neste momento os portugueses têm algumas perguntas para serem respondidas: Para onde vai este dinheiro? Como vai ser canalizado? Como vai entrar nas empresas e nas famílias?

Desta vez é imperioso que o dinheiro seja canalizado diretamente para as empresas e para as famílias como apoio direto, sem passar por dois ou três canais, não se sabendo de que forma chega ao destino. Não podemos correr o risco de acontecer o mesmo dos anos 80 e 90 que muitos dos Fundos Europeus vinha e não se sabia o seu destino.

Neste momento existe fome em Portugal, não vale apenas estarmos a esconder esta realidade, até porque a taxa de desemprego aumentou e a realidade económica das empresas é deficitária, com quebras no consumo na ordem dos 50 aos 80%. Não é a esconder a realidade que resolvemos os problemas, muito pelo contrário, para que o problema se resolva teremos sempre de o encarar de frente, sem subterfúgios e com a consciência de que ele existe.

Por isso e para isso é necessário apoiar de forma direta as famílias e as empresas, alavancar a economia e baixar a carga fiscal para quem teve grandes quebras no seu negócio, não podemos continuar a dar com uma mão e a tirar com a outra, os apoios desta vez terão sempre que ser dados de forma diferente, coma  consciência de que temos de evitar uma «sangria» empresarial, e evitar que o pior ainda aconteça. Por tudo isto, é necessário união e concertação entre todos para que consigamos evitar mais problemas do que aqueles que esta pandemia já nos trouxe.

- 04 ago, 2020
- Vítor Aleixo