Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Estudante da UBI produz máscaras para ajudar profissionais de saúde Voltar

 

SOLIDARIEDADE. Aluno de Bioengenharia da Universidade da Beira Interior cria máscaras para dar apoio à escassez de equipamentos hospitalares e ajuda na manutenção de ventiladores na Covilhã

 

 

Com o Plano de Emergência decretado a nível nacional e municipal e a estender-se por mais quinze dias, Gonçalo Fonseca, aluno de bioengenharia da Universidade da Beira Interior, colocou mãos à obra para ajudar os profissionais de saúde no combate à escassez de recursos materiais em lares e hospitais da zona centro. 

Através da bolsa de investigação que ganhou o ano passado, Gonçalo conseguiu abrir a empresa BEDEV- Bayor Engeneer Development – onde se começou a dedicar a impressões 3D e a desenvolvimentos positivos biomédicos e desenvolvimento de aplicações para smartphone. Com o surgimento da pandemia covid19, as impressões 3D dedicam-se, de momento, à criação de máscaras para doar a quem mais precisa. “Tenho amigos meus, que são médicos, a trabalharem em hospitais e consegui perceber a falta de materiais que começa a surgir e por isso senti que o meu dever era ajudá-los”, refere.

Gonçalo Fonseca começou por construir um protótipo e com ajuda de colegas da área da saúde tentou criar uma máscara com as melhores funcionalidades possíveis já que “tem havido uma grande enchente de produção, mas infelizmente algumas máscaras não têm as melhores características.”  Com a empresa ainda recente, “os equipamentos não são abundantes” e a produção de material varia entre 15 a 20 máscaras por dia. “O tempo de produção das máscaras é limitado com a velocidade de produção da impressora, uma viseira demora cerca de duas horas e vinte e cinco minutos a ser produzida, pelo que a produção de máscaras tem de ser gradual”, salienta.

A ajuda no combate a esta pandemia é um dever de todos e o estudante alerta que “quanto mais rápido fizermos o que temos a fazer, seguindo o conselho de todos os profissionais de saúde, mais rápido saímos desta crise que nos une e nos afeta a todos”. Na Covilhã, o número de casos de doentes covid19 ainda é baixo, mas a “prevenção é a melhor medida de todas”. “Somos uma população mais envelhecida pelo que começa a haver um surto alargado aqui na zona, queremos estar preparados e prevenidos para o que vier.”

A luta é comum a todos e Gonçalo Fonseca não deixa de tecer elogios aos estudantes da Universidade da Beira Interior que se encontram “todos unidos e a ajudar naquilo que podem”. O estudante deixa, ainda, palavras de apreço a todos os que têm contribuído com material e mesmo àqueles que deixam uma mensagem de força e esperança para os tempos que se avizinham. A Desertuna, Tuna Académica da qual faz parte, foi também “uma ajuda crucial, a nível monetário” para que o material não faltasse. “Têm todos sido incansáveis comigo, só assim, unidos é que podemos acabar com este inimigo que é comum a todos nós”, conclui Gonçalo Fonseca.

 

«Tenho amigos meus, que são médicos, a trabalharem em hospitais e consegui perceber a falta de materiais que começa a surgir e por isso senti que o meu dever era ajudá-los»

- 08 abr, 2020