Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Ensino à distância implementado “com sucesso” nas escolas da Covilhã Voltar

Ao Jornal Fórum Covilhã, Isabel Fael, João Paulo Mineiro e Rogério Monteiro, diretores da Escola Secundária Campos Melo, da Escola Secundária Quinta das Palmeiras e do Agrupamento de Escolas Frei Heitor Pinto, respetivamente, falaram sobre a implementação do ensino à distância e dos diferentes cenários para terminar o ano letivo

 

Isabel Fael (Campos Melo)

“Estamos a tentar minimizar o impacto”

A diretora da Escola Secundária Campos Melo, Isabel Fael, em declarações ao Jornal Fórum Covilhã avançou que a escola adotou um conjunto de procedimentos para implementar o ensino à distância. “Demos formação aos professores, cedemos equipamentos a alunos e elaboramos um plano estratégico para minimizar os efeitos desta nova realidade de ensino. Podemos dizer que estamos a ter resultados positivos”, afirmou.

A conclusão do ano letivo é neste momento “uma incerteza”, disse Isabel Fael, acrescentando que “por agora temos as nossas vidas suspensas e adiadas não sabemos por quanto tempo e só podemos perspetivar cenários”. “Se não for possível retomar o ritmo que tínhamos considero que os exames de 9º ano e as provas de aferição do 8º ano não deveriam ser realizados e os exames do 11º ano será uma questão avaliar. Já os exames do 12º ano podem passar para setembro, com o ingresso no Ensino Superior acontecer uns meses depois que o habitual”. Para os cursos profissionais, a diretora da Escola Secundária Campos Melo espera que “seja possível realizar a formação em contexto de trabalho, com as provas de aptidão profissional a serem realizadas também à distância, com grande envolvimento dos nossos professores, alunos e encarregados de educação para tentaramos levar a bom-porto este final de ano letivo que se adivinha complexo”.

 

João Paulo Mineiro (Quinta das Palmeiras)

“Reafirmamos o nosso compromisso como escola”

João Paulo Mineiro, diretor da Escola Secundária Quinta das Palmeiras, sublinhou a “situação constrangedora e difícil”, que obrigou “a uma adaptação num curto espaço de tempo. Uma escola tão grande quanto a nossa, com muitas turmas, obrigou-nos a uma reorganização dos procedimentos para que o ensino continuasse acontecer. Temos valências, como o Centro Tecnológico, que foram de grande utilidade para implementarmos a telescola”, disse. 

“A prioridade passou por tentar assegurar que todos tivessem acesso ao ensino e tivemos também uma preocupação com os alunos que não tinham acesso aos meios digitais. Dentro das nossas possibilidades estamos a colmatar falhas para que o ensino, apesar de não ser presencial, possa acontecer”, sublinhou João Paulo Mineiro.

Sem traçar cenários, o diretor da Escola Secundária Quinta das Palmeiras diz aguardar “com expetativa as diretrizes do ministério da Educação. Até que isso aconteça resta-nos fazer tudo o que está ao nosso alcance para que os alunos não saiam prejudicados, e dentro das limitações do ensino à distância, permitir que os alunos tenham aprendizagens significativas. Este é também um desafio que nos obriga a reforçar o nosso compromisso como escola”, sublinhou.

 

Rogério Monteiro (Frei Heitor Pinto)

“Temos tido 95% de sucesso no ensino à distância”

Para o Agrupamento de Escolas Frei Heitor Pinto, o “desafio é enorme”, afirmou Rogério Monteiro, destacando que “o agrupamento é constituído por 17 escolas, o que eleva o nível de complexidade, nomeadamente pela idade dos alunos, sendo que os que têm menos de 13 anos têm de estar acompanhados pelos encarregados de educação”.

“Neste momento é necessário agir em determinados cenários e que são emanados pela tutela, em conjugação com as autoridades de Saúde e o Governo. Trabalhamos com cenários, mas o mais importante é salvaguardar a saúde de qualquer cidadão, princípio fundamental da Constituição da República Portuguesa. Quando tiverem reunidas todas as condições para que nenhum cidadão possa ser contaminado com a Covid-19 poderemos retomar as aulas presenciais, com os respetivos reajustamentos no calendário do ano letivo”, referiu.

Apesar das limitações, Rogério Monteiro aponta que o Agrupamento de Escolas Frei Heitor Pinto regista “95% de sucesso no ensino à distância”, sublinhando “o esforço que está a ser feito para que não faltem equipamentos aos alunos”.

Quanto a cenários, o diretor do Agrupamento de Escolas Frei Heitor Pinto aponta que “o ideal seria que no dia 14 deste mês a escola tivesse a funcionar com normalidade. Num cenário menos otimista, mas ainda positivo, seria o ensino retomar a normalidade no final deste mês. O cenário mais complexo será retomar o ensino presencial em meados de maio”.

- 08 abr, 2020
- Ricardo Tavares