Diretor: Vitor Aleixo
Ano: XI
Nº: 587

Eduardo Lourenço, da Guarda perpetuado no mundo Voltar

CULTURA: Escritor nascido no distrito da Guarda, tornou-se um dos grandes nomes do ensino e da filosofia em Portugal, tendo escrito diversas obras que ficaram para sempre perpetuadas e elogiadas, com vários prémios no caminho

Eduardo Lourenço é natural de São Pedro de Rio Seco, uma pequena aldeia do concelho de Almeida na Guarda, onde nasceu no ano de 1923. Tem portanto 96 anos, mas uma condição psicológica invejável para a idade, muito provavelmente pelo intenso trabalho que desenvolveu na área do conhecimento. Mudou-se para a cidade da Guarda em 1932, onde esteve 2 anos até entrar no Colégio Militar. Mas foi na Universidade de Coimbra, onde entrou em 1940 que deu os primeiros passos dentro da área onde viria a ser um dos grandes nomes da mesma, já que lá tirou a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas. Tornou-se então assistente da faculdade durante 6 anos, devido ao grande mérito com que tirou a licenciatura. Foi nesta fase que publicou o seu primeiro livre, chamado “Heterodoxia”, e que colaborou com o Diário de Coimbra, onde publicou durante vários anos as Crónicas Heterodoxas. Em 1949 mudou-se para França, onde foi premiado com diversas bolsas de estudo em Bordéus e Montpellier, onde acabou por ser também professor. É nesta fase que se casa com Annie Salamon ainda em França. Ainda passou pelo Brasil um ano como professor mas voltou a França, onde viveu largos anos e deu aulas em diversas universidades, nomeadamente Grenoble e Nice, esta última onde se tornou professor jubilado. 

Depois desta vida atarefada e de muitas viagens e mudanças, as mesmas acabaram por nunca parar mesmo quando saiu do ensino. Passou dois anos como conselheiro cultural na Embaixada Portuguesa de Roma e apenas depois regressou a Portugal, onde ainda hoje é administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi então que começou a receber várias homenagens de renome. O Centro de Estudos Ibéricos criou um prémio com o seu nome, a Câmara Municipal de Coimbra criou uma sala com o seu nome na Casa da Escrita, deu nome à Biblioteca Municipal da Guarda etc. Entre os prémios que venceu destacam-se Prémio Camões, Prémio D. Dinis, Prémio Vergílio Ferreira, Prémio Pessoa, Prémio Autores, Prémio Vasco Graça Moura de Cidadania Cultural, Medalha de Mérito Cultural, entre muitos outros.

Desde 2016 que ocupa um dos cargos mais importantes e históricos do nosso país, pertencendo ao Conselho de Estado, para onde foi designado pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.

- 24 mar, 2020
- Fernando Gil Teixeira